Publicada em 29 de Março de 2016 �s 12h34
Teve início, nesta terça-feira (29), e prossegue até sexta-feira (1º), no auditório do Hospital Getúlio Vargas (HGV), o Curso de Capacitação em Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes promovido pela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO-PI) e a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO/PI). O evento é organizado pelo Núcleo de Educação Permanente (NEP) do HGV.
A capacitação tem como público-alvo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e estudantes. "Nossa meta é fazer desses profissionais multiplicadores na disseminação das informações relativas ao processo de doação. Pois mesmo que não façam parte das nossas equipes de captação, que atuem como notificadores de potenciais doadores", explica o coordenador de Enfermagem da OPO, Gilson Cantuário.
Para a coordenadora da CNCDO-PI, Maria de Lourdes Veras, o maior desafio, hoje, é informar e, principalmente, conscientizar a população sobre o que é e como se dá o processo de doação, pois o índice de recusa familiar no Piauí ainda é muito elevado, chegando a 64%. A média nacional é de 44%. O país possui, atualmente, uma taxa de 14,3 doadores por milhão de habitantes, ocupando a 15ª colocação mundial. No Piauí, são apenas seis doadores por milhão de pessoas.
"Quando a família conhece e percebe a transparência que envolve todo o processo de doação, ela se sente mais segura e, assim, aumentam as chances dela se tornar doadora. Tudo deve ser feito com muito cuidado e responsabilidade, pois é preciso entender que aquelas pessoas estão vivendo um momento difícil, que é a perda de um ente querido", completa Maria de Lourdes.
O psicólogo Pedro Henrique participa do curso e diz que esse tipo de atividade precisa ocorrer mais para despertar nos profissionais e na sociedade a importância do ato de doar. "Devemos ter consciência de que muitas pessoas, hoje, estão precisando de um transplante para ter uma melhor qualidade de vida, enquanto que outras aguardam por um, para continuar sobrevivendo", pontua Pedro Henrique.
Dados da CNCDO-PI revelam que a fila de espera por um transplante, no estado, chega a 500 pessoas (córnea e rim). Eles mostram, ainda, que em 2015 foram feitas no Piauí 19 captações de múltiplos órgãos, 181 transplantes de córneas e 27 de rins. No Piauí, o HGV é o único que conta com uma equipe para retirada multiorgânica e que realiza transplante renal.