Tornou-se um símbolo do Jiu-Jítsu piauiense e um dos maiores atletas do esporte. Helder vem representando muito bem o estado dentro das ultimas competições desta arte no Brasil. O atleta coleciona títulos e vem construindo seu legado, além de ajudar a desenvolver o esporte no Piauí. Um exemplo em qualquer modalidade.
Entre seus inúmeros títulos, alguns se destacam como, Bi-campeão brasileiro de Jiu-Jítsu, vice-campeão mundial e vice-campeão sul-americano, todos estes conquistados na categoria Pesado (Até 100 kg). Procuramos mostrar as principais características de um competidor como Helder e resgatar um pouco da história deste piauiense.
Helder, como foi o seu início no jiu-jitsu?
HM – Eu iniciei em 2004 porque eu procurava uma arte marcial. Me identifiquei com o jiu-jitsu e comecei a praticar. Na época eu treinava na Medley da Barão e meu professor competia, o que acabou me incentivando a participar das minhas primeiras competições. Eu treinei até 2005 e dei uma pausa.
E essa pausa teve algum motivo específico?
HM – Não. Na verdade, eu não achava um horário para treinar e acabei perdendo o interesse pelos treinos. Voltei em 2008 com o intuito de perder peso, pois nesse intervalo de tempo, engordei muito, chegando a pesar 132 Kg, devido à falta de atividade física.
Sua carreira é recente e você vem se destacando a cada campeonato. Qual o diferencial?
HM – Dedicação. No começo, eu frequentava bem pouco os treinos. De três vezes na semana, eu ia duas, ou algumas vezes nem ia. Depois de passar esse tempo parado, eu decidi voltar e realmente me dedicar, com o intuito de eliminar o excesso de peso. Eu treinava à tarde e também fazia treinos físicos, chegando a fazer dois treinos por dia. Passei a me alimentar melhor e a ter disciplina. Então eu acho que tudo tem a ver com a sua dedicação. Se você faz o que você ama, se destacar vai ser uma consequência.
Atualmente, qual a sua rotina?
HM – Bom, eu treino três vezes por dia. O primeiro é físico, o segundo é específico, e o terceiro é o treino de combate. Fora isso, eu também dou aulas. Perto das competições, a rotina de treinos fica mais intensa e tudo muda, desde os exercícios até a parte de alimentação. Uma semana antes das competições, eu diminuo o ritmo para chegar bem preparado.
Você recebe algum incentivo externo?
HM – Não do governo. Eu demorei até conseguir um patrocínio, porque as empresas privadas só patrocinam atletas depois que eles recebem muito reconhecimento e muitos atletas desistem porque, querendo ou não, o jiu-jitsu é um esporte caro.
Existe algum projeto para formar novos nomes do jiu-jitsu piauiense?
HM – Eu participo de um programa social chamado QG da Luta, que foi pensado, idealizado e executado pelo Major Luiz Oliveira, e é um projeto aberto não só à comunidade carente, mas abrange toda a população. Não existe limite etário, mas é exigida das crianças a frequência de pelo menos dois treinos por semana, que estejam matriculados na escola, e que apresentem o boletim com as notas para que seja feito o acompanhamento. O QG não recebe ajuda do governo, o Major organiza campeonatos internos e o dinheiro das inscrições é usado na compra de equipamento e para custear as inscrições em competições para aqueles atletas que não dispõem de recursos para participar.
Além da luta, que outros valores o jiu-jitsu agrega?
HM – Eu costumo dizer que o jiu-jitsu é muito mais do que luta, é uma filosofia de vida. Aprendi a controlar minhas emoções, a ter dedicação e, principalmente, disciplina. Muita gente pensa que o lutador é aquele cara que briga na rua, que perde a paciência fácil. E o jiu-jitsu nos ensina justamente o contrário. Aqui eu aprendi que o lutador de verdade não é aquele que sai dando porrada, é aquele que luta somente no tatame e principalmente o respeito pelas pessoas, vendo todos com igualdade. O que nos motiva a continuar é o amor pelo esporte. E o principal: aqui somos todos uma família.