No esforço de melhorar a frustrante audiência de seu reality show, a Record está se desdobrando. Para fugir de “O Astro”, “A Fazenda” tem entrado no ar por volta das 23h20, com direito a intervalo comercial cinco minutos depois, obrigando o seu público a entrar pela madrugada para saber das novidades.
De uma coisa, a emissora não pode se queixar: jamais conseguiu reunir um elenco tão apropriado para confinar em Itu quanto nesta quarta edição. Por “apropriado”, me refiro ao talento de bom número de participantes em expor o que a natureza humana pode oferecer de pior.
Afinal, é disso que vivem programas como “A Fazenda” e o BBB - em despertar no público o interesse de espiar sem ser visto, o voyeurismo, e do prazer de fazer julgamentos morais sobre o outro.
As brigas intermináveis dentro da casa, protagonizadas por quase todos os participantes, o tempo todo, em qualquer situação, oferecem matéria-prima infinita para entreter quem gosta de reality show.
Não importa se os candidatos estão “jogando” ou não, se estão encenado rivalidades ou não, o fato é que eles armam confusões do momento em que acordam ao que vão dormir.
Gui Pádua é o personagem-chave deste reality. Além da aparência bizarra, que chama muito a atenção, dialoga permanentemente com o público, pensando alto e explicando as suas atitudes.
Praticamente desconhecido antes do programa, é hoje, pode-se dizer, uma celebridade. Já brigou com uns cinco concorrentes, falou absurdos de uns e ameaçou processar outros.
Segue em frente com sua tática agressiva, seguro de que o pote de ouro não são os R$ 2 milhões do prêmio, mas tudo o mais que a notoriedade vai lhe proporcionar ao sair de Itu.
Ao vencer, mais uma vez, o desafio semanal e começar um novo reinado como “fazendeiro”, Gui assegura para o programa mais sete dias de diversão. Não é por culpa dele, nem de Anna, Joana, Dinei & companhia, que “A Fazenda” não decola.