O guarda municipal de Teresina preso, na quarta-feira (2), suspeito de estuprar uma criança em um abrigo trabalhava como educador social no local. A informação foi confirmada ao G1 pela Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Sasc).
Em nota, a coordenação do Lar da Criança Maria João de Deus informou que o educador trabalha na instituição desde abril de 2018 e que não recebeu nenhuma reclamação sobre o seu comportamento em relação às crianças e a qualquer funcionário.
"Sua conduta sempre foi correta, íntegra e bastante ética, não sendo de nosso conhecimento nada que o desabone até a presente data", declarou a coordenação.
A casa de acolhimento abriga crianças de 0 a 12 anos incompletos, sob ordem judicial, em situação de abandono e ou vulnerabilidade social. A instituição é mantida pelo Governo do Estado.
Ainda conforme a coordenação, segundo arquivo de entrada e saída de crianças e livro de ocorrência da instituição, o funcionário nunca levou qualquer criança para sua residência.
"O funcionário pediu desligamento recentemente do abrigo para assumir o cargo na Guarda Municipal", informou a Sasc.
Investigação
Segundo o delegado Sebastião Alencar, chefe da Gerência de Policiamento Metropolitana, funcionários do abrigo contaram que o guarda municipal frequentava o local e a partir disso tinha acesso à criança. O mandado de prisão preventiva foi cumprido durante a Operação Impacto, que prendeu acusados de crimes como estupro, homicídio e latrocínio. Ao todo, 43 pessoas foram presas.
"Os funcionários descobriram os abusos e denunciaram o caso à polícia", informou o delegado.
Conforme o delegado, a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DCPA) deu início a investigação do caso e entrou com a representação pela prisão do suspeito. O guarda municipal foi preso no bairro Água Mineral.
Em nota, a Guarda Civil Municipal de Teresina (GCM) informou que não irá se manifestar sobre o caso, pois foi informada que o mesmo está em segredo de Justiça. "Aguardaremos informações, que serão solicitadas à Polícia Civil, para adoção de medidas administrativas, que couberem", disse.
Ao G1, a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), responsável pela Guarda Municipal, informou que não irá se posicionar sobre a prisão.