Jihadistas ao invadir cidade de Maliki e Ramadi em janeiro de 2014
Imagem: Jihadistas ao invadir cidade de Maliki e Ramadi em janeiro de 2014 Dezenas de membros do grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) atacaram neste sábado a universidade de Ramadi, na província de Al-Anbar, e fizeram centenas de estudantes e professores reféns.
A província é um reduto dos insurgentes. Uma fonte de segurança disse à Agência Efe que os extremistas conseguiram invadir a universidade após detonar dois artefatos explosivos e enfrentar os guardas da instituição. Após o ataque, os jihadistas explodiram a ponte que liga a universidade à cidade, localizada a 110 quilômetros ao oeste de Bagdá. saiba mais Iraquianos votam em um país dilacerado pela violência Onda de atentados deixa ao menos 58 mortos no Iraque Leia mais sobre Iraque
Forças do exército e da polícia cercaram a universidade, apoiados por helicópteros, de onde se disparara contra franco-atiradores postados em prédios. A maioria dos estudantes vive em dependências da universidade devido à dificuldade de se chegar à instituição procedente da cidade de Ramadim, que vive uma onda de violência desde janeiro.
O exército iraquiano e os milicianos do EIIL mantêm duros combates desde o princípio do ano na província de Al-Anbar, onde ambos os lados contam com o apoio de combatentes tribais sunitas. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) denunciou na sexta-feira que quase meio milhão de pessoas tiveram que abandonar seus lares em Al-Anbar por causa desta onda de violência.
Desde quinta-feira passada, o EIIL ampliou sua ofensiva para outras províncias iraquianas, como Salah ad-Din, Ninawa e Diyala, deixando centenas de vítimas. Em Sala ad-Din, os jihadistas conseguiram controlar por algumas horas seis bairros da cidade de Samarra, enquanto combates em Mossul (capital de Ninawa) deixaram ontem mais de 40 mortos.
Ontem à noite, membros do EIIL atacaram com bombas dois quartéis, um deles dos serviços secretos, na cidade de Baquba, capital de Diyala. Pelo menos três policiais e dois civis morreram neste episódio, que incluiu o ataque de um suicida. As forças de segurança mataram quatro terroristas.
A origem do EIIL é o chamado Estado Islâmico do Iraque, uma aliança de organizações radicais nascida da Al Qaeda em território iraquiano em outubro de 2006, durante a ocupação americana.
Em abril de 2013, o Estado Islâmico do Iraque acrescentou ao seu nome "e do Levante", e anunciou que começava a operar também na Síria, o que desagradou a cúpula da Al Qaeda, que exige que o grupo limite sua atuação ao Iraque.