Gra�a toma posse prometendo

Gra�a toma posse prometendo fidelidade a Dilma e continuidade da gest�o Gabrielli.

Publicada em 14 de Fevereiro de 2012 �s 16h29

�A engenheira Maria das Gra�as Silva Foster, 58, tomou posse ontem da presid�ncia da Petrobras prometendo "fidelidade incondicional" � presidente Dilma Rousseff e afirmando que far� uma "gest�o de continuidade" a de Jos� Sergio Gabrielli, que sai ap�s 7 anos e 7 meses.

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Em discurso emocionado, ela lembrou sua trajet�ria na empresa e chorou ap�s agradecer a confian�a da presidente. Ela � a primeira mulher no mundo a ocupar a presid�ncia de uma grande petrol�fera.

Gra�a assume a maior empresa do Brasil ap�s 31 anos de trabalho, onde come�ou como estagi�ria. Agora ter� em suas m�os investimentos de US$ 224,7 bilh�es at� 2015, grande parte para desenvolver as imensas reservas do pr�-sal, um dos maiores desafios que ter� que enfrentar.

A companhia emprega mais de 80 mil funcion�rios e no ano passado faturou R$ 244,176 bilh�es, tendo lucro l�quido de R$ 33,3 bilh�es.

Em sua primeira entrevista, afirmou que n�o mudar� mais nomes nas seis diretorias. Duas passaram por mudan�as: a de G�s e Energia, antes ocupada por Gra�a, ficar� com Jos� Alcides Santoro; a de Explora��o e Perfura��o, antes ocupada por Guilherme Estrella, ter� como titular Jos� Formigli.

Disse que manter� a pol�tica de reajuste de pre�os de derivados, assim como a pol�tica de conte�do nacional, citada tamb�m por Dilma.

'GRACIOSA'

A cerim�nia de posse na sede da Petrobras foi concorrida. Al�m de Dilma, que finalizou seu discurso com um carinhoso "agora � tudo contigo, Graciosa", estiveram presentes oito ministros, entre eles Guido Mantega (Fazenda), Edison Lob�o (Minas e Energia) e Ideli Salvatti (Rela��es Institucionais), e governadores dos principais Estados onde a Petrobras atua: Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Cear�, Esp�rito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Dividiam o sal�o lotado por mais de 500 pessoas o presidente do grupo EBX, Eike Batista, que foi a p� do seu escrit�rio, distante cerca de 900 metros do edif�cio sede da estatal; o presidente da Vale, Murilo Ferreira, que n�o foi para a �rea "vip", e presidentes de petrol�feras e de �rg�os do governo.

A presidente Dilma destacou em seu discurso que a Petrobras "felizmente sobreviveu a todos os ventos privatistas". Ela se disse emocionada com o fato de Gra�a ser mais uma mulher em seu governo a atingir posto de relev�ncia no Brasil.

"Na condi��o da primeira presidente eleita do pa�s, venho aqui para prestigiar a primeira presidente da maior empresa brasileira", disse Dilma, que refor�ou que a indica��o de Gra�a foi por "absoluto merecimento".

Com um terninho bege e cabelos soltos como usa habitualmente, Gra�a lembrou que ela e a Petrobras t�m quase a mesma idade --Gra�a � 37 dias mais velha. E se disse t�o identificada com a empresa que usa o crach� como carteira de identidade. Durante o discurso, o crach� de presidente, entregue por Gabrielli, ficou preso � sua lapela.

Ela afirmou se lembrar do primeiro dia em que trabalhou na Petrobras, em 1978 ainda como estagi�ria. Vestia "uma cal�a jeans e uma camiseta vermelha".

Ela voltaria � estatal tr�s anos depois, como engenheira concursada. Ocupou ger�ncias em v�rias �reas da companhia e a presid�ncia da Petroquisa, Gaspetro e BR Distribuidora antes de se tornar diretora de G�s e Energia.

DESPEDIDA

Gabrielli, que vai assumir uma secretaria no governo da Bahia, onde nasceu e deve seguir carreira pol�tica, citou compositores da m�sica brasileira em seu discurso. O primeiro foi Paulinho da Viola, com a m�sica Timoneiro. "N�o sou eu quem me navega, quem me navega � o mar", citou, para logo em seguida citar Gonzaguinha, com a m�sica E Vamos � Luta. Ele adaptou o trecho de uma m�sica de Daniela Mercury em homenagem � m�e de Caetano Veloso no fim do discurso.

"Dona Can� chamou, eu vou. O chamado de Dona Can� eu n�o posso negar. Para a a Bahia me vou, viva a Petrobras", finalizou.

A seguir os principais trechos da primeira entrevista da nova presidente da Petrobras:

FOCO DA GEST�O
Meu foco � gest�o. Temos trabalhado intensamente todas as �reas de neg�cios. Vamos manter esses conceitos de gest�o, com prazos e metas bem definidos.

AVALIA��O
Cheguei no G�s e Energia em 24 dezembro de 2007. O meu perfil � um perfil executivo. � um perfil de gest�o. Tudo que for planejado ser� avaliado. E tudo que n�o aconteceu, n�s vamos cobrar. O tempo todo eu quero saber porque determinado gasoduto n�o entrou em opera��o no prazo. Eu n�o sei fazer outra coisa.

METAS DE PRODU��O
Uma das atividades que eu tenho como priorit�ria � acompanhar a Explora��o e Produ��o. � a minha prioridade. Qualquer n�mero que eu disser aqui, ser�o n�meros superficiais.

PLANO 2012/2016
Aumentar investimentos n�o � o plano. Rever o plano � uma rotina. Quando � que vai ficar pronto o plano de 2012-2016? Hoje eu n�o tenho esse dado. As metas est�o muito bem estabelecidas. Quem vai investir US$ 224 bilh�es sabe muito bem o que vai fazer nos pr�ximos dez anos.

REAJUSTE DE COMBUST�VEIS
� pol�tica de longo prazo. � um mantra.

CONTE�DO LOCAL
Pol�tica de conte�do local n�o � discurso nacionalista, � uma discuss�o t�cnica. (...)
Essa n�o � uma premissa s� do Brasil ou da Petrobras. Muitos pa�ses v�m adotando conte�do local em suas ind�strias. Teremos uma conversa muito pr�xima com os fornecedores para que tenhamos uma ind�stria competitiva. Competitividade � a premissa n�mero um. Temos espetaculares reservas e vamos dar continuidade nessa dire��o. Vamos manter o di�logo com os fornecedores para que exageros de pre�os e prazos n�o comprometam a produ��o.

REFINARIA COM PDVSA
A Petrobras vem trabalhando pesad�ssimo na refinaria. N�s estamos fazendo a refinaria. A PDVSA tem tido problemas para resolver as dificuldades dela. A Petrobras n�o tem nada a ver com isso. Quando a PDVSA resolver as dificuldades a� vamos conversar.

Tags: Gra�a toma posse - Dilma

Fonte: folha.com �|� Publicado por: Da Reda��o

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