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Graça Foster diz em CPI que hoje Petrobras não compraria Pasadena

Publicada em 27 de Maio de 2014 �s 14h05


A transação, concretizada em 2006, é alvo de investigações do Ministério Público Federal. A transação, concretizada em 2006, é alvo de investigações do Ministério Público Federal. A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta terça-feira (27) durante depoimento à CPI da Petrobras que hoje a empresa não compraria novamente a refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A transação, concretizada em 2006, é alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU) devido a suspeitas de irregularidades. No mês passado, em depoimento no Congresso, ela já tinha afirmado que a aquisição "não foi bom negócio". Imagem: DivulgaçãoA transação, concretizada em 2006, é alvo de investigações do Ministério Público Federal. Nesta terça, Foster voltou a dizer que, “à luz da situação atual”, os números mostram que a compra da planta de refino norte-americana “não foi um bom negócio”. Num futuro próximo, segundo a presidente da petroleira, é possível que o negócio se torne interessante, “mas não seria feito novamente com as projeções e estratégias atuais”, declarou aos quatro senadores governistas que participam da reunião da CPI. “Hoje, sabedores da venda de uma refinaria do porte de Pasadena, com a decisão de fazer refino no Brasil, com descoberta do pré-sal e com o mercado interno crescente, a Petrobras não faria aquela aquisição porque definitivamente não seria prioridade”, afirmou. O terceiro depoimento de Graça Foster no Congresso desde o início das denúncias de Pasadena foi mais ameno que os demais. Ela não foi questionada sobre suas respostas nem houve réplica por parte dos cinco senadores governistas que se revezaram no plenário da CPI. Dos 13 integrantes, apenas o relator, José Pimentel (PT-CE), assistiu integralmente ao depoimento de Foster. Outros quatro, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Humberto Costa (PT-PE), o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) e o vice, Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), participaram parcialmente, deixando o plenário diversas vezes ao longo das cerca de três horas de audiência. Esvaziada, a comissão tem sido boicotada pela oposição, que pressiona pela instalação de um colegiado misto, com participação também de deputados. Como os aliados da presidente Dilma Rousseff na Câmara costumam ser menos fiéis ao Palácio do Planalto do que no Senado, a oposição acredita que poderá aprofundar as investigações com a presença de deputados. Responsabilidade de Dilma Questionada se considera a presidente Dilma Rousseff responsável pela compra de Pasadena, Graça Foster negou. Dilma era ministra da Casa Civil na época da aquisição e presidia o Conselho de Administração da Petrobras. “Não. A responsabilidade da compra é da diretoria da Petrobras, que fez a apresentação ao Conselho de Administração. Nos dois casos, todos nos manifestamos 100% favoráveis à aquisição. É uma responsabilidade do colegiado”, respondeu Foster. Na semana passada, o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, também isentou Dilma da responsabilidade. Na ocasião, disse que Dilma é uma "profissional extremamente competente" e de "opiniões firmes", mas declarou que as decisões do Conselho Administrativo são colegiadas e que não competiam apenas a ela. Cláusulas A presidente da Petrobras confirmou a versão apresentada por Gabrielli e pelo ex-diretor da área internacional Nestor Cerveró de que o resumo executivo no qual o Conselho de Administração se baseou para aprovar a aquisição de Pasadena não continha duas cláusulas consideradas “importantes” para o negócio. Em nota oficial divulgada em março, a presidente Dilma Rousseff informou que havia se baseado em um parecer "falho" quando votou favoravelmente à compra porque o documento omitia as cláusulas Put Option e Marlim. A Put Option determinava que, em caso de desacordo entre os sócios, a outra parte seria obrigada a adquirir o restante das ações. A Marlim garantia à empresa belga Astra Oil, sócia da Petrobras no negócio, um lucro de 6,9% ao ano. Para Foster, “é possível” que o Conselho de Administração não aprovasse a negociação caso tivesse tido conhecimento das duas cláusulas. “Eu não participei das discussões se não estava presente na reunião do Conselho, mas é possível que talvez não tivéssemos feito a aquisição”, declarou à CPI. "Sucata" Graça Foster foi questionada pelo relator se Pasadena pode ser considerada uma “sucata velha”, como algumas reportagens apontaram. Ela afirmou que nenhum técnico da Petrobras envolvido na negociação observou “obsolescência” da refinaria. “A gente não encontra nenhum relato dizendo: ‘essa refinaria é uma sucata velha, está obsoleta’. Essa refinaria, sim, precisava de investimento, como precisa”, declarou. Foster disse que a Petrobras já investiu US$ 620 milhões em Pasadena desde que foi adquirida. "Com todas as nossas refinarias é assim, a gente compra e continua investindo", explicou. Foster voltou a rebater o valor pago pela petroleira belga Astra por Pasadena antes de revendê-la ao Brasil. Segundo reportagens, a belga pagou US$ 42,5 milhões à Crown, valor muito inferior aos US$ 360 milhões desembolsados posteriormente pela Petrobras pelo negócio. A presidente disse ainda que a Astra não tinha intenção de “especular” durante a negociação com a Petrobras. “A Astra não comprou para especular senão não teria oferecido à Petrobras 50%. Foi uma parceira construída para dar certo”, afirmou. Mudança na estratégia A presidente disse que, após a compra de Pasadena, a estratégia da Petrobras mudou devido à descoberta do pré-sal. A empresa deixou de priorizar o refino de óleo pesado brasileiro no exterior e passou a aumentar o investimento na extração de petróleo em águas profundas. Ela destacou que, em 2006, quando a compra foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras, o negócio foi considera “potencialmente bom” não apenas pelo alto escalão da petroleira, mas também por analistas internacionais. Atualmente, porém, apesar de ter tido lucro positivo nos últimos três meses, Pasadena “é um negócio de baixo potencial de retorno”, conforme a presidente. Convocação de ex-diretor  Mais cedo, a comissão aprovou requerimento de convocação do ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele foi um dos 13 presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, suspeito de integrar uma quadrilha que movimentou mais de R$ 10 bilhões em operações de lavagem de dinheiro. Costa acabou liberado por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Conforme as investigações, o ex-diretor da Petrobras ajudou empresas de fachada mantidas pelo doleiro Alberto Youssef a fechar contratos com a estatal. Entre esses contratos aparecem as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Nessa operação, a PF estima que foram desviados até R$ 400 milhões da obra, considerada superfaturada pelo Tribunal de Contas da União.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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