O governador Wilson Martins (PSB) decretou estado de emergência por 90 dias, prorrogáveis em até 180, em Curimatá, Itaueira e São Miguel do Tapuio. A decisão foi tomada após análise das barragens de Algodões II, Poços e São Vicente, localizadas respectivamente nos municípios citados. O decreto do dia 11 de outubro considera, entre outros documentos, laudo técnico do Instituto de Desenvolvimento do Estado do Piauí - Idepi -, que identificou "situação emergencial das barragens (...) em iminente risco de rompimento e inundação das comunidades localizadas nas proximidades". A medida vai facilitar a execução das obras de recuperação e regime de urgência, sem licitação.
Rachadura na barragem Poços, em Itaueira
Como justificativa para a decisão, o documento alerta para a proximidade do período chuvoso no Sul do Piauí, que acarretará "situação de perigo do rompimento das barragens indicadas, em razão da sua precária situação estrutural, conforme laudo do Idepi, com riscos de inundação e elevada erosão fluvial e desbarrancamento de rios", pois os reservatórios podem não suportar a vazão.
Além disso, o decreto cita relatório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Piauí - Crea/PI -, "no qual aponta tabela de elevado potencial de risco de rompimento em determinadas barragens construídas pelo Governo do Estado". As informações foram enviadas ao Palácio de Karnak em ofício do Idepi no dia 5 de outubro.
O decreto considera ainda avaliação sobre a vazão da água. "Os volumes de reservatório das barragens com elevado potencial de risco se encontram sem uma operação racional da válvula dispersora", diz.
Em setembro, o Idepi informou ter constatado rachaduras de 15 metros em uma das paredes da barragem de Poços, na cidade de Itaueiras.