Governador Wilson Martins
A decisão do governador pode interferir na relação do governo com o PT e o PMDB, os dois principais partidos da base aliada.
O governador Wilson Martins (PSB) vai manter as indicações dos deputados Átila Lira e Lílian Martins, ambos do PSB, para as secretarias de Educação e de Saúde, respectivamente, apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal, de quinta-feira da semana passada, que reforça a tese da fidelidade partidária, matéria apreciada pelo próprio STF em outubro de 2007 e que resultou na cassação de dezenas de vereadores piauienses que mudaram de partido depois das eleições de 2004.
A liminar determina que a vaga do deputado que renuncia ao mandato ou entra de licença deve ser preenchida pelo suplente do partido, e não da coligação pela qual o parlamentar foi eleito. Nos casos de Átila e Lílian, as vagas que seriam ocupadas por Nazareno Fonteles (PT), na Câmara Federal, e por Mauro Tapety (PMDB), na Assembleia Legislativa, ficarão com Liége Cavalcante e Tadeu Maia Filho, ambos do PSB, mesmo partido do governador.
A decisão do governador pode interferir na relação do governo com o PT e o PMDB, os dois principais partidos da base aliada. A convocação de Átila Lira para a Educação era também uma forma de contemplar o primeiro suplente petista, Nazareno Fonteles, com uma cadeira na Câmara dos Deputados. "Isso aí é um problema do partido. O governador vai manter as conversações com os aliados, mas as indicações de Átila e Lílian estão mantidas", disse ontem à tarde um assessor próximo a Wilson Martins.
A mudança mais significativa que a decisão do STF provocará na equipe de Wilson pode ser um recuo na indicação do deputado Robert Rios Magalhães para a Secretaria Estadual de Segurança. A ida de Robert para a Segurança colocaria na Assembleia uma candidata que obteve apenas 30 votos nas eleições passadas. A saída possível para o deputado poderá transformá-lo em líder do governo na Assembleia.
Segundo o assessor de Wilson Martins, o governador vai manter as conversações com os partidos e parlamentares para tentar acomodar todos da forma que for possível. No caso do PMDB, o governador poderá convocar parlamentares do partido para secretarias de Estado, a fim de abri vagas para os suplentes na Assembleia. Para a Câmara Federal, a situação fica mais difícil. O governador tem até quinta-feira, 16, para definir a equipe de secretários. No dia 17, serão diplomados os eleitos e suplentes nas eleições de outubro passado.