Publicada em 07 de Março de 2013 �s 09h09
O governador Wilson Martins deverá integrar a missão que a Sudene está organizando para uma visita a Espanha, no início do mês de abril. A missão terá como foco a atração de investimentos para o Nordeste, a partir de contatos com empresários e autoridades do governo espanhol.
A comitiva brasileira fará visitas a instituições como o Ministério de Fomento, Administração de Infraestruturas Ferroviárias (ADF), Empresa de Engenharia e Operadora do Sistema Ferroviários, que são órgãos do governo espanhol, além da embaixada dos Emirados Árabes Unidos na Espanha.
Segundo agenda divulgada pelo superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim, será feita uma visita à usina de tratamento de resíduos sólidos da Ebioss Energy, empresa que pretende investir 200 milhões de euros no Nordeste do Brasil, nos próximos cinco anos, na geração de energia renovável a partir do lixo.
A Ebioss Energy já conta com usinas desse tipo em vários países da Europa, como França, Alemanha, Itália, Bulgária (além da própria Espanha), na Índia e no Egito. Além do Brasil, ela vai investir nos Estados Unidos, onde também serão produzidos adubos para a agricultura a partir de resíduos sólidos.
Para Paes Landim, o Nordeste tem carência de chuvas, mas tem um potencial agrícola formidável e um baixo desenvolvimento econômico. “Uma usina que gera energia e produz adubo através do lixo seria uma transformadora de nossa realidade, visto que a geração de empregos aconteceria desde a coleta de lixo, passando pela reciclagem e a transformação. Temos todo o interesse em financiar até 60% do investimento da empresa", diz.
O interesse da empresa em investir no Nordeste é decorrente da atual estabilidade político-econômica do Brasil, além do fato de que os nove estados da região geram grande quantidade de resíduos que não é aproveitada.
Outro ponto que atraiu a atenção da empresa foi o enorme mercado agrícola da região. Com a implantação de usinas de transformação de lixo em adubos, os agricultores comprarão o material direto da fábrica nos próprios municípios e estados, levando a uma redução nos custos.
Dependendo dos acordos acertados na viagem de abril, a Ebioss tem interesse em instalar a primeira usina do Nordeste, que deverá estar funcionando até no final de 2014. "O Piauí tem demonstrado muito interesse e pode ser a sede da primeira fábrica no país", afirma Oscar Leiva, da Ebioss. A construção de uma usina demora, em média, 18 meses.