O Palácio de Karnak recebeu, nesta quinta-feira (26), o lançamento do Mapa da Região Ecológica dos Babaçuais, uma produção do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA), em parceria com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). A solenidade de apresentação foi realizada pelo governador Wellington Dias.
Realizado após dois anos de pesquisas, acompanhando comunidades de quebradeiras de coco babaçu nos estados do Piauí, Maranhão, Pará e Tocantins, o levantamento tem por objetivo o mapeamento social da presença das quebradeiras nas áreas de babaçuais. “O nosso projeto cobre mais de 16 milhões de hectares apenas no Piauí. Ele mostra a relevância da economia do babaçu para a economia do estado, e mostra a importância das quebradeiras como agentes altamente produtivas, organizando a produção, sobretudo em terras públicas estaduais”, explica o coordenador geral do projeto Nova Cartografia, Alfredo Wagner.
A intenção do MIQCB com a pesquisa realizada é garantir a regularização fundiárias dessas terras, a garantia das quebradeiras de terrem livre acesso aos babaçuais e também pedem uma aceleração dessa titulação.
Para o governador Wellington Dias, o desafio é trabalhar as condições de inserção social deste grupo em destaque. “Assim como a academia apontou os caminhos, ela coloca também os riscos que temos de perdê-la. Estamos falando de uma planta nativa, que tem a condição de dar sustentação a mais ou menos 300 mil pessoas nesta região. A gente precisa organizar um arranjo produtivo que possa incluir na agregação de valor as quebradeiras de coco. É preciso respeitar que há um conjunto de nativos, e é claro um conjunto de medidas para que a gente possa proteger a parte mais frágil desse processo que são essas quebradeiras”, pontua Dias.
De acordo com a coordenadora do Movimento Interestadual das quebradeiras de Coco Babaçu, Francisca da Silva, o desejo é de que, com o mapa, o governo olhe para esse levantamento e reafirme as políticas que venham beneficiar essas comunidades. “Esse mapa afirma que as quebradeiras de coco e a floresta de babaçu ainda existem. Dentro do mapa estão as áreas de situação dos babaçuais, onde o coco é vendido, as áreas onde as mulheres não têm acesso às palmeiras, e a gente quer com esse mapa o governo olhe para a gente e nos enxergue. Nós vamos lutar pela lei que assegura o direito das quebradeiras de coco ao acesso aos babaçuais e por consequência o direito de vida de cada uma delas”, finaliza comenta a Coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, Francisca da Silva.