O governador Wellington Dias (PT) criticou nesta terça-feira (9) os municípios que flexibilizaram as medidas de isolamento social, desobedecendo aos decretos do governo e o Pacto de Retomada Organizada (Pro Piauí). Até o início da tarde, dez cidades retomaram as atividades econômicas, segundo a Associação Piauiense dos Municípios (APPM).
Wellington Dias lembrou que no início do isolamento social alguns municípios resistiram e que o governo agiu após parceria com a Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Ministério Público.
"Eu falo para os prefeitos, que na hora que tiver uma fila de caixões e abrindo valas nos seus cemitérios, eu quero saber quem vai aparecer ali pra lhe defender. É isso que estamos tratando, o que estamos fazendo têm uma lógica e temos a condição de seguir de quem conhece o setor, dos especialistas. Entramos e vamos sair juntos. O que custa esperar mais alguns dias e salvar vidas?Quanto vale uma vida?", declarou.
Dias defendeu um plano unificado para retomada das atividades de forma planejada e organizada. Para isso, ele garantiu que vem tentando um diálogo com os prefeitos para seguir as medidas do governo, mas não descartou que em breve a decisão caberá ao judiciário.
"Defendo que a gente mantenha a linha da integração conjunta. Porque nós não somos uma ilha, não há nenhum município no Piauí que pode dizer que ali não tem coronavírus ou está controlado. Por isso a gente tem que trabalhar com a ciência. Aqui é vida, tem economia, mas se não tiver vida?", comentou.
Segundo Wellington Dias, a flexibilização desordenada pode causar um colapso no sistema de saúde. Ele tratou a situação como injusta para os demais municípios que estão cumprindo as medidas de isolamento social.
"Uma decisão dessa as pessoas adoecem, precisam de internação e a rede de saúde entra em colapso. Aquela região que não cumpriu as medidas vai prejudicar a rede hospitalar dos que cumpriram. Então não é justo", disse.
Na segunda-feira (8), o governador do Piauí assinou um decreto que autoriza os setores da saúde, construção civil e automotivo a iniciar as adequações e criação de protocolos para a retomada de atividades no Piauí. A partir disso, segundo o Wellington Dias, cerca de 5% do funcionamento da economia será retomado no estado, caso todas cumpram os requisitos mínimos para o retorno.