Primeiro a enfrentar uma greve de policiais militares neste ano, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), disse que a paralisação deve ser considerada "crime federal" e que conceder anistia é "frouxidão".
Tropas do Exército nas ruas de Salvador nesta segunda; ônibus foi incendiado no interior do Estado.
"Greve não é uma iniciativa de quem quer negociação. Greve é uma medida extrema", disse à Folha.
Sem fazer referência à greve de PMs em curso na Bahia, mas falando genericamente, o governador do Ceará afirmou que "na hora que se concedeu a anistia, isso é uma frouxidão".
Somente o Congresso Nacional pode aprovar lei anistiando policiais que cometerem crimes militares, como sindicalização e greve. No caso dos policiais cearenses, ainda não houve aprovação de anistia.
Cid Gomes defendeu que o governo federal esteja preparado para enviar grandes efetivos de segurança em casos de paralisações de policiais nos Estados, como está ocorrendo agora na Bahia.
"Se quem deveria fazer segurança entra em greve, o que é proibido pela Constituição, o país deve ter formas de assegurar segurança à população", afirmou.
GREVE NO CEARÁ
A paralisação no Ceará foi deflagrada em 29 de dezembro e terminou em 4 de janeiro. Entre as reivindicações estava a incorporação de gratificação ao salário e diminuição da jornada de trabalho.
O governador afirma que as ocorrências policiais permaneceram no mesmo patamar e que o principal problema no período foi uma "boataria" que se espalhou.
Cid Gomes diz que as atuais greves têm sido articuladas depois que houve um movimento nacional da categoria pela aprovação da PEC 300, que unificaria os pisos salariais das PMs.
"A PEC não andou, mas essa luta nacional permitiu que eles se conhecessem nacionalmente, trocassem experiências, e resolveram fazer esses movimentos", disse.
Ele disse acreditar que a greve de PMs ainda chegará a outros Estados.