Todos os funcionários da unidade curitibana do frigorífico Peccin Agro Industrial, investigado na Operação Carne Fraca, serão demitidos até o fim da semana, de acordo com o sindicato que representa os trabalhadores na cidade.
O anúncio da dispensa foi feito a cerca de 300 funcionários, durante esta tarde, ainda segundo o sindicato. A empresa não confirma o número e diz que não vai se manifestar.
O frigorífico teve as unidades interditadas na operação federal - além de Curitiba, há uma em Jaraguá do Sul, no norte catarinense.
A Peccin é investigada por "armazenamento em temperaturas absolutamente inadequadas, aproveitamento de partes do corpo de animais proibidas pela legislação, utilização de produtos químicos cancerígenos, produção de derivados com o uso de carnes contaminadas por bactérias e, até, putrefatas". A Peccin nega as irregularidades.
Perícia
Um laudo da Polícia Federal aponta excesso de amido em quatro amostras de salsicha e em duas amostras de linguiça calabresa produzidas pela Peccin Agro Industrial. Todos os produtos analisados foram considerados “desconformes” pelos peritos, de acordo com o que diz a legislação brasileira vigente.
No caso da salsicha, o amido é permitido, mas extrapolava a quantidade máxima estabelecida. Já no caso da linguiça calabresa, não há indicação do uso previsto.
De acordo com Ana Maria Bridi, engenheira agrônoma e coordenadora do Grupo de Pesquisa e Análise de Carne da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, o amido é um componente que não faz mal à saúde. Para a professora, o problema está em uma fraude que atinge o consumidor.
“[A empresa] está vendendo proteína, se você coloca amido, que é um produto mais barato, é uma fraude na composição do produto”, explica.