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FRED WASSEF: QUEIROZ PODE SER MORTO NA CADEIA PARA INCRIMINAR BOLSONARO.

Publicada em 26 de Junho de 2020 �s 23h36


Frederick Wassef mergulhou na última semana numa maré bem diferente da sucessão de boas notícias que vinha recebendo desde que desfilou o Brasil com o crachá de advogado do presidente. Ora em programas de TV, ora em gabinetes do poder em Brasília, Wassef cresceu de Atibaia para todo o país afirmando ter procurações dos Bolsonaro. Mas desde a quinta-feira 28, quando Queiroz foi preso numa casa de Wassef, tudo mudou. A advogada do presidente anunciou que ele nunca advogou de fato para Bolsonaro. Flávio Bolsonaro, o filho mais velho e figura central do principal caso de corrupção envolvendo a família presidencial, também o destituiu dos autos. A Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo pode abrir um processo disciplinar contra ele. Mas, em entrevista à coluna, Wassef afirmou que o que realmente lhe dá medo é a possibilidade de Fabrício Queiroz ser assassinado na cadeia.

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Segundo Wassef já havia afirmado à revista Veja, Queiroz teria sido jurado de morte. Agora, ele revela que a suposta ameaça tem relação direta com a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, em fevereiro, atingido após uma suposta troca de tiros com a Polícia Militar da Bahia. A mãe e a mulher de Nóbrega trabalharam para Flávio Bolsonaro em seu gabinete.

Wassef afirmou que "policiais do Rio" foram à Bahia matar Adriano e teriam sido eles também a ameaçar Queiroz.

Leia também: "O anjo problema", reportagem de capa desta edição de ÉPOCA, sobre o passado do polêmico advogado

"Queiroz ia ser assassinado pelo mesmo pessoal que deu a ordem para assassinar o Adriano. Policiais do Rio foram à Bahia, torturaram o Adriano, quebraram as costelas, deram três coronhadas na cabeça. Quer prova de tortura? Adriano foi assassinado", afirmou.

Perguntado se policiais milicianos teriam matado Adriano ou ameaçado Queiroz, conforme ele afirma ter ocorrido, Wassef respondeu que a ordem de matar Adriano e ameaçar Queiroz teria partido de políticos interessados em colocar a culpa em Bolsonaro.

"(É) a política que está por trás disso. Queiroz ia ser assassinado. Eles iriam matar o Queiroz. Ele teria sido enterrado há muito tempo. De quem é a culpa? A culpa seria do presidente Bolsonaro. Queiroz pode ser morto na cadeia para incriminar Bolsonaro. E você ia torturar a família, porque não tem o pai para assessorar. Eles iriam sequestrar, barbarizar

Perguntado que político, respondeu:

Você é maluco que vou falar. Daqui a pouco, matam Queiroz na cadeia e vão falar que ele se suicidou, que foi briga de preso. Ele ainda corre risco de vida. Se acha que quem quer matar o Queiroz é bandidinho, PM, esquece. É canhão calibre grosso, forças políticas. O plano é um só: derrubar Bolsonaro.

Não houve nova versão'

Por isso, ele teria deixado a casa de Atibaia (SP) à disposição do ex-chefe de gabinete de seu cliente, Flávio. Afirma não ter havido nenhuma mudança de versão no que disse à revista em relação ao que dissera antes à TV Globo.

"Eu disse à TV Globo que não sabia que o Queiroz estava lá na quinta-feira somente. Ele não me avisou, não somos casados", disse.

Dono da casa em Atibaia onde Queiroz foi preso na semana passada, disse não saber o dia da chegada do ex-assessor de Flávio Bolsonaro a seu imóvel.

"O dia em que ele foi para lá, não sei. Ele pode ter uma cópia da chave, pode ter deixado a chave escondida numa pedrinha que tem em um cantinho ao lado do portão. Tem um cara (o caseiro) que fica lá no fundo, na edícula, ele (Queiroz) pode ter tocado a campainha", elucubrou.

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Como Queiroz teria ficado em um imóvel de Wassef sem que ele soubesse? O advogado responde: "Nada aconteceu sem o meu consentimento", e cita razões de caridade pela saúde de Fabrício Queiroz.

"É óbvio que desde o dia um, nada aconteceu sem meu consentimento. Você nunca vai pegar uma entrevista ou gravação minha falando: 'Ai, minha casa foi invadida, ele veio voando de paraquedas'. É muito simples. Pouco importa a entrada na casa. É uma chavezinha. Você toca a campainha, o cara abre. O vizinho pode ter a chave, pode estar embaixo da pedra, pode ter uma cópia, pode ser a advogada que estava lá. Você tem 20 formas de dizer como o Queiroz entrou na casa. Ele entrou e saiu por diversas vezes. Ficou, por diversas vezes, tempos diferentes. Eu não estava falando, eu não tenho tempo nem de comer.

Queiroz é um cara móvel'

Wassef classifica Queiroz como "um cara móvel, sempre em torno de pauta de saúde".

O MP vai ver que Queiroz transitava um mês no Rio, um mês em Atibaia, depois, dois meses no Rio, dois meses lá, em São PauloSe eu quisesse escondê-lo, você acha que deixaria o cara frequentar a casa de Atibaia que está no meu nome, é meu escritório, tem a placa na porta?", diz, acrescentando que poderia, sem embaraços, alugar uma casa em Atibaia por meio de um favor a alguém.

"Ele esteve nas minhas propriedades. O que me custava? Tenho 10 mil amigos. O que me custaria pedir a alguém um favor, emprestar, alugar uma casinha ali em Atibaia, R$ 3, mil, R$ 4 mil por mês e deixar uma estrutura para ele? Mas não fiz, porque estou fazendo algo legal".

Wassef diz que Queiroz precisava se "socorrer".

Sei qual a dor de um ser humano com câncer. Sei a armação na história da rachadinha no Rio", afirma.

Quando ele precisava se socorrer, porque precisava fazer tudo em Bragança Paulista, nos hospitais, sim, permiti que ele pudesse usar o imóvel. Qual o problema disso? Inclusive, tinha três imóveis, não um só. Ele ficou em outro imóvel, fora o de Atibaia. Essa história nojenta e asquerosa de falar que o botei lá por imunidade do escritório de advocacia, quem acredita nisso no Brasil?.



Tags: FRED WASSEF - Frederick Wassef

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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