Ao longo dos últimos meses o prefeito Firmino Filho tem atirado seguidamente no próprio pé, ora se metendo onde não deve, como no caso da eleição da Assembleia Legislativa, ora deixando de interferir onde deveria. Esse comportamento do prefeito tem causado preocupação junto a muitos amigos pessoais, que não sabem exatamente onde ele quer chegar.
A interferência na eleição da Assembleia foi desastrosa. Firmino arranhou o perfil do amigo Luciano Nunes, levando-o a uma postura governista que contrariou muito do que realizou até aqui como deputado. Agora sacrificou novamente o rapaz, escondendo-o numa Fundação Municipal de Saúde só porque queria tirar de lá a qualquer custo o inconfiável, para ele, Luis Lobão.
Depois de tantos escorregões e inconsequências, eis que Firmino Filho, que segundo auxiliares não gosta de ser contestado, perde uma grande oportunidade de se reencontrar, pelo menos em parte, com a população de Teresina: quer passar por cima do Ministério Público e manter o aumento das passagens de ônibus, numa clara demonstração de que defende mais os interesses dos empresários do que os da população.
O Ministério Público, através do promotor Fernando Santos, recomendou o imediato cancelamento do aumento das passagens de R$ de 2,10 para R$ 2,50. E o que o prefeito fez? Aproveitou a oportunidade para ficar do lado do povo? Nada disso! Apressou-se em sair ao socorro dos empresários e dá sinais de que pode desrespeitar até uma ordem judicial. Tanto interesse pode levar as pessoas a um imaginário muito amplo.
Depois de se aliar a Ciro Nogueira, primeiro nome anunciado como investigado pela Lava-jato, de tentar entrar no Governo petista a qualquer custo e de ter perdido a confiança da direção nacional do PSDB, Firmino Filho, dizem alguns de seus próprios amigos, caminha para chegar até o final do mandato com índices de impopularidade jamais vistos em Teresina.