A doméstica Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, afirmou para o G1 que o corpo de seu filho Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, será enterrado na cidade de Corrente, localizada a 814 km de Teresina. O governo do estado do Rio de Janeiro informou que irá arcar com as despesas de traslado e sepultamento do corpo do menino, assim como a viagem dos pais.
"O corpo já foi liberado pelo IML e o governo do Rio de Janeiro se comprometeu em pagar as despesas de translado para o Piauí, porque eu não tenho condição de fazer isso. Está faltando a gente entrar em conato com o cemitério de Corrente para marcar o enterro", disse Terezinha Maria.
O garoto foi baleado na porta de sua casa e morreu na hora no fim da tarde desta quinta-feira (2), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Terezinha diz que um policial fez o disparo. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.
Abalada com a tragédia, a doméstica afirmou que irá deixar o capital carioca e voltará para sua cidade natal. “Eu vou para o Piauí enterrar meu filho e depois retorno para o Rio de janeiro para ajeitar as coisas pendentes. Depois disso, irei para Corrente viver de aluguel com meus filhos e marido”, afirmou.
Terezinha contou que deixou o Piauí em 1998 em busca de uma vida melhor no sudeste do país e que Eduardo chegou a conhecer a cidade da família materna em uma oportunidade. “Ele foi para Corrente uma vez, durante as férias, e adorou”.
Para Terezinha, voltar para casa é muito difícil porque tudo faz lembrar o menino Eduardo.
“Passei a madrugada na casa da minha vizinha. Só passei em casa para pegar o documento dele para ir no IML. Eu não quero mais voltar pra aquela casa, tudo me lembra ele. É muito difícil”, disse Terezinha, muito emocionada.
A doméstica, que tem outros quatro filhos, disse que o sonho de Eduardo era se tornar bombeiro. “Tiraram o sonho do meu filho. Tiraram todas as chances dele. Eu fazia de tudo para ele ter um futuro bom. Aí vem a polícia e acaba com tudo”, lamentou. “Ele sempre falava que queria ser bombeiro. Ele estudava o dia inteiro, participava de projeto na escola, só tirava notas boas. Por que fizeram isso com meu filho?”.
Apuração
A Polícia Civil informou, nesta sexta, que foi instaurado um inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Eduardo. Uma perícia foi realizada no local, e os familiares da criança foram ouvidos. Os policiais militares envolvidos no episódio serão chamados para prestar depoimento. As armas apreendidas serão levadas para confronto balístico.
De acordo com a PM, Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado e as armas dos policiais apreendidas pela Polícia Civil.