Piaui em Pauta

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Cachoeira em CPI...

"Ficarei calado como manda a Constituição", diz Cachoeira em CPI.

Publicada em 22 de Maio de 2012 �s 14h33


 O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está na tarde desta terça-feira (22) no Congresso para depor na CPI que investiga há um mês suas supostas relações com parlamentares e outros agentes públicos, afirmou que ficará calado, como já era esperado. A orientação é de seus advogados. O bicheiro afirmou aos parlamentares que só falará na presença do juiz, em audiência.

Indagado pelo relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), sobre bens e relação com empresários, Cachoeira disse que ficará calado --nas primeiras perguntas feitas, foi essa a resposta tanto sobre a relação dele com empresas como a Delta, quanto sobre a relação com um sul-coreano e sobre seus bens, tais como uma casa em Miami. "Por enquanto ficarei calado como manda a Constituição", disse Cachoeira.

O bicheiro também invocou o direito de permanecer calado ao ser indagado por membros da CPI sobre sua relação com Waldomiro Diniz, com o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e com Idalberto Matias Araújo, o Dadá.

.Cachoeira foi preso em fevereiro durante uma operação da Polícia Federal --ele é acusado de comandar um esquema de jogos ilegais de azar, além de outros crimes. O depoimento do pivô do escândalo hoje foi possível uma vez que seu segundo pedido de habeas corpus para não depor foi rejeitado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

A defesa de Cachoeira conseguiu um primeiro adiamento na semana passada para ter acesso aos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. Depois de receberem autorização para ler os documentos, os advogados tiveram de quarta-feira (16) até esta segunda-feira (21) para trabalhar. A sala onde funciona a área técnica da CPI, com computadores que contêm os dados, abriu no fim de semana apenas para atender os advogados.

 

Até agora a CPI não teve nenhum depoimento aberto. Falaram apenas os delegados da PF que conduziram as operações, em sessões sigilosas. O início lento da comissão é atribuído nos bastidores do Congresso a um suposto acordo entre PSDB, PT e PMDB. Três governadores dos partidos, respectivamente Marconi Perillo (Goiás), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), têm ligações com a empresa Delta, construtora que teria Cachoeira como sócio oculto.

O próprio presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), já admitiu que a CPI está "meio devagar" e que o depoimento de Cachoeira trará um novo ânimo às investigações que, até agora, não colheram nada além do que já foi descoberto pela PF. Na última quinta-feira, (17), a comissão aprovou convocações de 51 pessoas, mas os governadores não foram chamados.

Até a última sexta-feira, a defesa de Cachoeira tinha passado não mais que três horas examinando os inquéritos de mais de 90 mil páginas. Para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), membro da CPI e um dos mais antigos parlamentares do Congresso, a defesa de Cachoeira "usa uma tática protelatória" para a comissão esfriar. "Eles não leram porque não quiseram, tempo houve. A CPI precisa andar e o Supremo não deve se meter nisso", disse.

Caso o depoimento de Cachoeira seja um fiasco, parlamentares acreditam que o foco se voltará ao deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Na semana passada, ele foi flagrado pelo SBT ao enviar uma mensagem ao governador do Rio de Janeiro para alertá-lo que os petistas da comissão estariam trabalhando a favor dele.

 

Depoimento no Conselho de Ética

Está previsto que Cachoeira deponha também nesta semana no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que abriu processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), suspeito de envolvimento no esquema do bicheiro.

A previsão é que Cachoeira fale na quarta-feira (23). Porém, ele pode se recusar a ir ao conselho já que foi chamado como testemunha, e não como réu. Segundo a “Folha de S.Paulo”, o bicheiro não deve ir.

"Ele não vai porque isso pode resvalar no processo penal que ele responde", disse ao jornal a advogada Dora Cavalcanti, da equipe do ex-ministro da Justiça no governo Lula Márcio Thomaz Bastos, advogado de Cachoeira.

Além de receber presentes e favores do contraventor, que atua principalmente em Goiás, Demóstenes é suspeito de intervir no Congresso em favor de Cachoeira.



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Tags: Cachoeira em CPI. - O bicheiro Carlos

Fonte: uol �|� Publicado por: Da Redação
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