O fechamento em 2012 de sites de compartilhamento de arquivos, principalmente o Megaupload, contribuiu para o aumento das vendas e aluguéis online de filmes de dois grandes estúdios em 12 países, incluindo Estados Unidos. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela Idea (iniciativa para análise do entretenimento digital), um projeto da universidade norte-americana Carnegie Mellon.
"Concluímos que o fechamento do Megaupload e Megavideo fez com que alguns usuários fossem da pirataria para a compra ou aluguel legal via canais digitais", diz o estudo divulgado nesta quinta (7) pelo "Wall Street Journal". O faturamento foi entre 6% e 10% superior ao que seria, caso os serviços tivessem sido mantidos no ar, disseram os pesquisadores Brett Danaher e Michael D. Smith.
A pesquisa foi realizada pelo período de 18 semanas após o fechamento do Megaupload.
A conclusão reforça o argumento da indústria do entretenimento, que a pirataria prejudica suas vendas – por isso, é importante levar em conta que a Idea foi criada com apoio da MPAA (associação de estúdios de cinema da América, em tradução livre). Críticos dizem que a pirataria é reflexo de falta de alternativas legais e acessíveis.
Os pesquisadores usaram dados fornecidos por dois grandes estúdios não identificados, referentes a transações de conteúdo digital após o fechamento do Megaupload. As vendas semanais aumentaram de 10,5 mil a 15,3 mil unidades em relação ao esperado, se os sites ainda estivessem em funcionamento. Em unidades, os alugueis subiram de 13,7 mil a 24 mil por semana.
Em janeiro de 2012, quando o FBI (polícia federal norte-americana) bloqueou acesso ao site criado pelo excêntrico Kim Dotcom, a página tinha mais de 150 milhões usuários registrados, 50 milhões de visitantes diários e somava 4% de todo tráfego da internet mundial. De acordo com o FBI, o site promovia distribuição em massa de conteúdo protegido por direitos autorais, causando prejuízos de US$ 500 milhões.
Em uma batalha com a Justiça da Nova Zelândia, Kim Dotcom tenta não ser extraditado para os Estados Unidos. Em janeiro deste ano, ele lançou o serviço de armazenamento de arquivos Mega, com 50 GB de espaço disponível gratuitamente.