Glória Perez se reuniu com amigos e familiares nesta sexta-feira, 28, em uma missa para homenagear sua filha, a atriz Daniella Perez, na data em que se completam 20 anos de sua morte. A cerimônia foi realizada na Paróquia da Ressureição em Ipanema, Zona Sul do Rio, e também contou com a presença de fãs.
A missa comecou às 19h, com Gloria Perez vestida toda de branco e com semblante bastante abatido, e da Raul Gazolla, que foi marido de Daniella, entre outros.
Durante a celebração a autora de "Salve Jorge" se emocionou e alguns fãs leram mensagens de paz e conforto. Raul chegou a chorar quando o padre falou que a dor deles lembrava a dor de vítimas de outras atrocidades recentes, como o massacre americano na escola de Sandy Hook e de Realengo, no Rio.
Ao final da missa, Glória falou com a imprensa: "É muito dificil falar num momento desse, tudo parece igual. Mas é muito importante para mim receber o apoio de quem há 20 anos lembra da Dani e ver essa missa linda que os fãs fizeram para ela".
Mudanças na justiça brasileira
Para a autora, a justiça brasileira mudou nos últimos anos: "Em 20 anos houve mudança na justiça e isso me confirta mais. Naquela época se você matasse um papagaio era preso, mas se matasse o dono do papagaio não. Era injustiça. Tanto que os assassinos da minha filha pegaram só 19 anos de prisão. Hoje há um pouco mais de coerência. Tanto que em casos como o de Suzane von Richthofen (acusada de planejar o assassinato dos próprios pais) e dos Nardoni (em que pai e madrasta de Isabela Nardoni foram condenados pelo homicídio da menina) tiveram repercussão e justa punição."
Raul falou sobre o sofrimento de Glória: “Quando se perde um marido ou esposa você é viúvo, quando se perde o pai é órfão. Quando se perde um filho não tem nome, porque não tem dor pior que essa”, disse.
O advogado responsável por cuidar do caso na época, Artur Lavigne, também falou sobre as mudanças na justiça: "O caso da Dani foi um crime tão dantesco que mobilizou toda a sociedade a ajudou a mudar muita coisa na justica. A Glória liderou uma campanha de incoformismo, fez o brasileiro descobrir a cidadania e exigir mudanças na legislação, mantendo assassinos na prisão."
Daniella tinha 22 anos quando foi morta por seu colega de elenco Guilherme de Pádua e a mulher dele, Paula Thomaz, com 18 golpes de tesoura no dia 28 de dezembro de 1992, na Barra da Tijuca. Ela tinha acabado de deixar os estúdios da Globo, onde gravava cenas de "De Corpo e Alma". Guilherme foi condenado a 19 anos de prisão e Paula, a 18 anos e meio.
Mais cedo, Fábio Assunção lembrou Daniella, que foi sua colega de elenco: "Minha amiga, parceira de trabalho, que todos lembrem de você com amor, pelo seu talento e alegria. Daniella Perez, 20 anos. Saudades."