Marlene Silva perdeu o pai e o filho na chacina em São Miguel do Tapuio (Foto: Reprodução/TV Clube)
a o julgamento dede Clewilson Matias Vieira, o Chiê, acusado de matar, em outubro de 2014, sua esposa e mais quatro pessoas na cidade de São Miguel do Tapuio. O julgamento pelo Tribunal Popular do Juri acontece no fórum do município nesta terça-feira (26).
Marlene dos Reis Silva perdeu o pai e o filho na chacina. Filha de Juvêncio dos Reis Silva e mãe de Sidney Tavares Silva, disse que espera por justiça. “Eu espero que a justiça seja feita e que seja muito bem feita, porque na cadeia não vai pagar o que ele fez. Não vai trazer a vida do meu pai e nem do meu filho de volta. Espero que ele apodreça na cadeia”, desabafou emocionada.
Marlene Silva perdeu o pai e o filho na chacina em São Miguel do Tapuio (Foto: Reprodução/TV Clube)
O julgamento fez a comunidade reviver aquele 30 de outubro de 2014. A irmã de Cláudio Barros, um dos mortos na chacina, Maria Aparecida de Oliveira, disse que o dia tem sido de sofrimento para a família. “Tá doendo demais, parece que aconteceu tudo de novo. Está muito dolorido para nós hoje”, mencionou.
A família da esposa de Chiê, Maria Moreira, que também foi morta pelo companheiro na chacina ao tentar impedir o crime, comenta que a situação desestabilizou os filhos do casal, que hoje vivem com familiares. A irmã da vítima, Joana Moreira, relatou também que a vida na comunidade nunca voltou a ser como antes.
Joana Moreira é irmã da esposa de Chiê, que foi morta ao tentar impedir o crime (Foto: Reprodução/TV Clube)
“Nós queremos justiça porque ele tirou a responsabilidade da minha irmã e dele de cuidar dos filhos, e acabou com todo mundo da comunidade. Lá ninguém tem vida, todo mundo vive muito dependente de remédio a partir daquele dia. Eu tenho saudades dela, que era a única irmã que eu tinha, e ele tirou toda a responsabilidade dela e dele para assumir os filhos”, citou.
Julgamento
O júri acontece no fórum da cidade desde 8h30. Ao todo, a previsão é de que 18 testemunhas sejam ouvidas antes das considerações da defesa e da acusação para a decisão do conselho de sentença. Destas, cinco são testemunhas de defesa.
Julgamento acontece em São Miguel do Tapuio. (Foto: Reprodução/TV Clube)
A defesa chegou a tentar a transferência do julgamento para outra comarca, afirmando que o júri formado em São Miguel do Tapuio poderia já estar com um pré-julgamento formado a respeito de Clewilson. A Justiça negou o pedido, solicitando reforço da Polícia Militar da cidade para garantir a segurança do réu.
Foi realizado ainda exame de sanidade mental do acusado, e foi descartada possibilidade de surto durante o crime, pela perícia médica. O documento, assinado por dois psiquiatras forenses, atesta que o acusado fazia uso nocivo de crack, mas que isso não comprometeu seu discernimento.
Crime
A chacina teria sido motivada pelo fato de os moradores do povoado terem organizado um abaixo assinado pedindo a expulsão de Clewilson da comunidade, já que seus vizinhos desconfiavam que ele estivesse aliciando menores para o tráfico de entorpecentes. Revoltado com a ação, e após uma briga com a esposa, ele teria iniciado as execuções.
Após o crime, o réu fugiu e ficou foragido por uma semana, quando foi localizado e permanece preso desde então. O juiz destacou que o réu vai responder por cinco homicídios qualificados, uma tentativa de homicídio qualificado, invasão de domicílio e ameaça.
Vítimas da chacina em São Miguel do Tapuio. (Foto: Reprodução)