O PI TV 2ª edição conversou com uma irmã do policial Claudemir Sousa, morto no dia 6 desse mês quando saía da academia na Zona Sul de Teresina. Em entrevista, a mulher que preferiu não se identificar por segurança, falou que mesmo com as prisões dos sete suspeitos, a família não se conforma com o ocorrido.
“A família está inconformada com o que aconteceu porque nós fomos surpreendidos. Meu irmão era uma pessoa muito boa. Muita gente gostava dele e a gente não sabia que ele tinha desavença nenhuma. Apesar de ter ocorrido as prisões logo no dia seguinte, não nos conformamos. Desde o início a polícia tem dito que tem a presença de uma mulher, mas ninguém nos dar uma resposta de que é essa mulher, onde ela está, se essa mulher já foi ouvida”, disse.
A irmã da vítima falou que o irmão estava namorando e que desconhece a motivação do crime. “Fica um ponto de interrogação. Uns dizem que foi crime passional e a gente não sabe o motivo, mas cadê essa pessoa? O Claudemir estava namorando uma pessoa que a gente conhece, que a gente tinha contato, que frequentava nossa casa e a gente não sabe e existência de uma terceira pessoa”, comentou.
Conforme a polícia, o mandante do crime é um funcionário da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que ofereceu o valor de R$ 20 mil pela execução. As informações prestadas pela ex do rapaz reforçam a tese de crime passional.
Claudemir de Paula foi executado a tiros na noite de terça-feira (6) quando saia da academia onde treinava no bairro Saci, Zona Sul de Teresina. Sete pessoas foram presas suspeitas de participação no crime, entre elas, uma mulher que namora com um dos atiradores e teria avisado o momento exato que a vítima saiu da academia.
Depoimento de ex-namorada
Na tarde desta terça-feira (12), a ex-namorada do policial Claudemir Sousa prestou depoimento ao delegado Gustavo Jung, no Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco). Apontada como pivô do caso, ela negou relacionamento amoroso com o mandante do crime, o funcionário Infraero.
A informação foi confirmada ao G1 pelo advogado Décio Solano, que faz a defesa da mulher. Segundo ele, a sua cliente afirmou conhecer o suspeito, por ser amiga dele e vizinhos de cidade.
Transferência dos presos
Os sete suspeitos de participar da morte do policial Claudemir Sousa, de 32 anos, foram transferidos na quinta-feira (8) para o sistema prisional. A decisão de manter os investigados presos foi julgada durante audiência de custódia, que converteu as prisões em flagrante para preventiva.
De acordo com o promotor de Justiça Márcio Carcará, a audiência ocorreu de forma tranquila e a manifestação do Ministério Público Estadual foi pela manutenção da prisão dos acusados. Ele também acrescentou que há indícios robustos da autoria de todos os envolvidos e materialidade comprovada.
Prisões
Na quarta-feira (7) um dos suspeitos de executar o policial admitiu ter sido contratado e que receberia R$ 5 mil pelo serviço. Segundo o comandante Paulo Silas, da Companhia do Promorar, ele foi preso por meio de uma denúncia anônima e durante a prisão confessou participação efetiva na morte do policial, utilizando um revólver calibre 38, enquanto o outro comparsa portava uma pistola.
"Ele disse ter recebido o convite do seu comparsa para matar Claudemir, mas não sabia que a vítima era policial. O suspeito também confirmou que a motivação do crimeteria sido passional", disse Paulo Silas.
De acordo com o secretário de segurança, Fábio Abreu, um dos suspeitos usava tornozeleira eletrônica e a partir do monitoramento dele os policiais chegaram aos demais envolvidos no assassinato, inclusive, ao mandante, que é funcionário da Infraero. Também entre os presos está um taxista, apontado como o agenciador dos atiradores. .
“Temos a figura de um taxista como agenciador daqueles que o executaram. O mandante é funcionário da Infraero e, em função de um problema relacionado a um caso com uma mulher que o policial também se envolveu, houve essa ordem para que essas pessoas o executassem”, disse o secretário.