A falta de recursos causou a demissão em massa de dezenas de funcionários no Parque Nacional Serra da Capivara, no Sul do Piauí. De acordo com a diretora da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), Niède Guidon, mais de 50 pessoas que trabalhavam na manutenção do local tiveram que ser desligadas, nesta quinta-feira (26).
Segundo Niède Guidon, uma parte dos recursos destinados à manutenção do parque, como para pagamento dos funcionários, está retida aguardando liberação da Justiça.
"Nós temos esse recurso que foi conseguido pela OAB, mas o juiz entrou de férias e não fez a liberação, agora não temos como pagar os funcionários e tivemos que demitir", informou a arqueóloga.
O recurso é resultado de uma longa batalha judicial iniciada pela Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí, e Ministério Público Federal (MPF) para garantir a manutenção do parque. A ação resultou no bloqueio de mais de R$ 3 milhões de contas da União, dos quais a Justiça Federal determinou a liberação de R$ 782.485, em caráter emergencial, para suprir despesas com pessoal, materiais de consumo e infraestrutura.
O parque, que chegou a operar com mais de 250 funcionários, atuava antes da demissão com cerca de 70 pessoas. Embora com efetivo limitado, a diretora da FUMDHAM garante que o funcionamento do local está mantido. “As guaritas de visitação ainda estão funcionando por enquanto", afirmou Niède Guidon.
Patrimônio mundial
O Parque Nacional Serra da Capivara é um parque arqueológico que pelo seu valor histórico e cultural foi declarado pela Organização das Nações Unidas pela Educação, Ciência e Cultura (Unesco) patrimônio mundial.
O local tem mais de 1.200 sítios com arte rupestre, pinturas que foram feitas em rochas e paredes de cavernas há milhares de anos, e possui a maior quantidade de sítios arqueológicos pré-históricos das Américas.
SÃO RAIMUNDO NONATO