Rumo aos 45 anos de carreira, Fafá de Belém, prepara sua biografia. “Minha memória é foda, para o bem e para o mal”, diz. Quem vai escrever ainda não está decidido, mas o que não faltam são histórias para contar.
A Musa das Diretas Já chegou a ser chamada de “pé frio” depois da campanha, foi responsabilizada pela morte de Tancredo Neves e considerada “de direita” por muita gente da esquerda. Na época, ameaçaram até sequestrar sua filha, Mariana. “Cada vez que acontecia, meu segurança a enrolava em um cobertor e a colocava no carro para levá-la à casa de alguém”.
Calejada, hoje prefere não se posicionar politicamente. “Não me animei a levantar nenhuma bandeira. Só vejo ódio, e democracia é a convivência entre contrários”, diz.
Aos 62 anos, anda animada mesmo é com a música. Vai lançar um disco com canções inéditas, “femininas”, a maioria composta por mulheres. Batizado de “Humana”, o álbum tem previsão de lançamento para março e é, segundo Fafá, mais introspectivo.
“A gente, às vezes, fica estigmatizada. É mais fácil pegar um bom refrão e sair cantando por aí. Mas quero falar de angústias, dores, recados. Estou nessa vibe”.
Antes disso, no dia 16 de fevereiro, faz show no Vivo Rio, onde nunca pisou. Será o encerramento da turnê “Guitarrada”. “É uma festa com músicas do Pará, tem uma felicidade embutida. Sou fruto disso”.
A cantora falou ainda sobre não ser uma mulher submissa, os vários namorados e a experiência com as drogas. Leia aqui a entrevista na íntegra. (Por Guilherme Scarpa)