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Executivo diz ter US$ 60 milhõ

Executivo diz ter US$ 60 milhões para remodelação da Vila Belmiro, a casa do Santos.

Publicada em 29 de Março de 2019 �s 14h36


Principal executivo da Bolton Holding, o italiano Roberto Diomedi afirmou ter US$ 60 milhões (cerca de R$ 235 milhões) para investir na reforma da Vila Belmiro. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o empresário disse contar com o consentimento do Santos para renomear o histórico estádio com o nome da companhia com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

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Segundo Diomedi, Bolton e Santos assinaram uma carta de intenções no ano passado para tirar do papel o projeto de remodelagem da Vila Belmiro. Ele virá ao Brasil na segunda semana de abril para o que pode ser uma reunião definitiva com os dirigentes alvinegros.

À reportagem, em entrevista via Skype, Diomedi contou que foi procurado pelo Santos no ano passado – o contato foi feito através do diretor para a América do Sul da Bolton, Stefano Cionini, que também é agente Fifa – e que, a princípio, recusou o projeto.

Foi convencido quando, além da reforma da Vila Belmiro e de um centro de treinamentos, recebeu a promessa de que a Bolton também se envolveria em ações de marketing e de internacionalização da marca do clube.

Se confirmado, o acordo será a primeira investida da companhia no futebol. A Bolton, fundada em 1976, na Suíça, é uma companhia de investimentos que aplica recursos em mineração – especialmente em ouro e diamante na África. De acordo com Diomedi, a empresa também atua no mercado financeiro, já tem aprovação para a criação de um banco digital nos Emirados Árabes e lançou recentemente uma criptomoeda.

A América do Sul, agora, é o novo foco da Bolton, o que justificaria o investimento no Santos, afirmou Diomedi.

No começo da semana, o presidente do Santos, José Carlos Peres, foi cauteloso ao comentar a conversa com a possível parceira.

– Sempre digo que o acordo só está efetivado após a assinatura.

Veja abaixo a entrevista com Roberto Diomedi:
Como foi a aproximação com o Santos?
– Eles nos procuraram no último ano sobre alguns projetos que eles tinham e que precisavam de financiamento. Eles procuraram um profissional que trabalha conosco, o sr. (Stefano) Cionini, nosso diretor para América do Sul. Primeiro, eu recusei. Não somos um banco ou um instituto que pode financiar esses projetos. Mas quando eles me mostraram o projeto da Vila Belmiro e também, em particular, o centro de treinamento... Nós somos muito sensíveis a alguns projetos sociais. E quando entendemos o tipo de impacto que há no centro de treinamento, sobre as crianças, as pessoas em Santos, nós começamos a observar.

Já há um acordo?
– O que disse o presidente é verdade, mas não é verdade. Nós já acertamos tudo sobre a remodelação da Vila Belmiro, precisamos apenas mostrar nosso projeto. Eles nos mostraram o projeto arquitetônico, mas a nossa parte é fazer o projeto financeiro. Está tudo certo, no meio de abril vamos explicar a nossa visão sobre isso, sobre o financiamento desses dois projetos.

O acordo é apenas para a reforma da Vila?
– O acordo é um pouco maior e também, porque somos uma empresa internacional, tem a ver com o marketing e tudo o que pudermos fazer para melhorar e beneficiar o Santos e nossa companhia, claro.

Qual valor será investido?
– A estimativa é de algo em torno de 60 milhões de dólares.

Há intermediários?
– Como te disse foi algo que não era nosso projeto. Eles nos procuraram em junho do ano passado. E nos pediram para ver o projeto, a reforma do estádio e do CT. Eu fui à Vila Belmiro e ao CT, nós olhamos tudo. Nosso diretor, Cionini, é um agente Fifa. Ele tem muitas conexões no futebol. Eles procuraram por ele e me pediram para ver o projeto. Não há intermediários, apenas pessoas que trabalham conosco, com Bolton e Santos.

O que mais há no projeto?
– O projeto que falamos no ano passado é maior, não só a arena, mas também sobre marketing, o nome do Santos, ligar os dois nomes em alguns países que trabalhamos. Temos muitas parcerias com governos, grupos privados, que podem nos ajudar a construir escolinhas de futebol... é um projeto maior, não só sobre a arena, ou o CT. Se fosse só isso eu recusaria, claro. O estádio é a maior parte, mas para mim o mais importante é o marketing e ligar os dois nomes em parceria.

Roberto Diomedi e José Carlos Peres em recente visita do dirigente do Santos a Dubai — Foto: Reprodução

Como pretende recuperar o investimento?
– Primeiro, estamos fazendo dinheiro... claro, se investirmos no estádio, apenas com o nome nós esperamos um grande retorno de publicidade e marketing.

Vocês vão dar nome ao estádio?
– É a nossa ideia, é nossa ideia principal. É algo que já acordamos com o Santos.

A Vila Belmiro é um estádio tradicional. Isso não pode atrair críticas?
– Isso eu não sei, isso é algo que o Santos pode responder, não eu. Eu disse: "É possível trocar o nome para Bolton Arena?". Eles disseram: "Nós podemos (fazer)". Eu considero isso possível.

Qual o prazo do contrato?
– Temos que pensar em 20 anos ou algo assim. Para esse investimento retornar a nós.

Já está assinado?
– Nós assinamos um pré-acordo, ano passado, uma LOI (letter of intent, uma carta de intenções). E acertamos aqui em Dubai de irmos em frente sobre o projeto financeiro final.

Peres promete fazer metade dos jogos do Santos no Pacaembu. Isso não preocupa?
– Eu fui ao estádio em São Paulo (Pacaembu). Os torcedores do Santos vão gostar de ter uma arena nova e moderna na cidade deles, mas é algo que vamos discutir com o Santos. Não é um problema, com certeza.

A intenção é reformar a Vila ou construir um novo estádio, em outro lugar?
– É um retrofit da Vila Belmiro. Eu fui lá, ao museu, eu visitei tudo. Eu fiquei em frente também ao armário de Pelé (no vestiário). Eu toquei o campo, fui lá dentro, vi tudo.

O Santos tem uma média de público baixa. Não pode atrapalhar?
– Desde que fizermos um estádio para 20 mil pessoas, confortável, acho que as pessoas vão amar.

Conversei com pessoas ligadas ao mercado de moedas virtuais no Brasil, e elas têm pouca informação sobre o seu negócio.
– Para ser sincero, não sei (o motivo). Tudo está online. O Bolton Coin é um novo projeto. Um conceito totalmente diferente. Nós digitalizamos negócios que estão sendo negociados em ouro e diamantes, para dar a chance aos nossos clientes de receber lucros de um negócio muito forte e estável. Aqui, todos estão pensando muito positivamente no nosso projeto, que mistura a velha e a nova economia. Cerca de 95% das criptomoedas são apenas digitais, sem nada por trás. Aqui temos um negócio estabelecido, até garantias físicas. Algo que todos estão observando. Nós já alcançamos US$ 62 milhões (R$ 242 milhões), esperamos alcançar US$ 200 milhões (R$ 781 milhões) até o final do ano.


Tags: Executivo diz ter - Principal executivo

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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