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Exclusivo: Fotografias

Exclusivo: Fotografias mostram Fernanda Lages ao lado de um dos suspeitos do crime

Publicada em 28 de Setembro de 2011 �s 00h19


 Em entrevista ao PortalODIA.com, concedida na tarde desta terça-feira (27), o promotor Eliardo Cabral, um dos responsáveis por acompanhar as investigações do caso Fernanda Lages, revelou que fotografias comprovam relação entre Fernanda e um dos suspeitos pelo crime. De acordo com o promotor, ela aparece ao lado do suspeito e de outras pessoas em duas fotografias.

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Segundo Eliardo Cabral, a jovem, assassinada no dia 25 de agosto na obra na nova sede do Ministério Público Federal, foi morta como queima de arquivo porque descobriu que seria usada em um esquema de tráfico de mulheres. Segundo ele, por saber demais, se tornou uma ameaça para os responsáveis pelo esquema.


O promotor de Justiça Eliardo Cabral, durante entrevista exclusiva ao PortalODIA.com (Fotos: Jailson Soares/PortalODIA.com)

As provas obtidas até agora apontam que Fernanda viajou para Fortaleza (CE) no mês de julho, e lá recebeu dinheiro e passaporte para viajar para a Itália. "Fernanda percebeu que estava sendo envolvida em uma trama 'diabólica' de tráfico de mulheres e voltou para Teresina, municiada de dados que incomodariam gente poderosa", afirma Eliardo.

Uma mulher será ouvida nos próximos dias para esclarecer os motivos e os acontecimentos em torno desta ida de Fernanda para Fortaleza. "Esta mulher é uma das chaves para elucidar o crime", diz Eliardo. Segundo o promotor, a morte da jovem foi premeditada e executada de forma que parecesse suicídio.



O promotor Eliardo Cabral afirma que há provas de que um dos suspeitos teria um envolvimento com Fernanda. Este relacionamento foi apontado por testemunhas ouvidas durante as investigações que, segundo o promotor, foram pressionadas a negar esse fato. "Testemunhas receberam intimidações para não afirmarem esse fato em depoimento, mas se negaram a fazer por uma questão pessoal".

De acordo com Eliardo, o principal suspeito ainda está solto porque assim é melhor para a investigação. "Tem certas coisas que ajudam na investigação que não poderiam ser feitas se o suspeito estivesse preso. Estão entrando em desespero, e isso os levará para o banco dos réus", diz.

O promotor fala no plural pois há a convicção de que o crime não foi planejado por apenas uma pessoa. "Temos um suspeito confirmado, e outro, que ainda não apareceu em nenhum lugar. O suspeito confirmado não esteve no local, o que sugere a participação de pelo menos mais um", diz. No local, foram encontradas marcas de tênis ao lado das marcas da sandália de Fernanda, o que indica que assassino e vítima andavam lado a lado.

Eliardo confirma que os dois suspeitos são primos e pertencentes a uma família tradicional do Estado, no entanto nega que exista algum indício de participação de um advogado que trabalhe para o governo estadual, como chegou a ser veiculado na imprensa.

Questionado se as últimas declarações dadas à imprensa motivariam o suspeito a fugir, promotor foi enfático: "Seria a melhor coisa que poderia acontecer para a investigação, porque eliminaria qualquer dúvida que ainda pudesse existir".

O Vigia
Um dos fatos relatados pelo promotor é relacionado ao vigia identificado como Domingos, que estava na obra do TRT (por onde Fernanda entrou) no momento do crime. O vigia está sendo monitorado pela polícia e foi visto em situações comprometedoras. "Flagramos certos produtos sendo entregues na casa do Domingos, como uma forma de agradecer pelo silêncio até aqui, e também recomendações para continuar assim", afirma Eliardo.

Domingos é outra peça chave para elucidar o mistério, por estar no local no momento do crime. "O outro vigia do TRT só chegou depois ao local, e os dois da obra do Ministério Público Federal estavam na frente da obra, e Fernanda foi jogada dos fundos, de um local onde era mesmo difícil ouvir alguma coisa", relata o promotor.



Suspeito conhecia a obra
Quando Miguel, o vigia do turno da manhã chegou na obra, questionou a Domingos de quem era o veículo estacionado na entrada, ouviu como resposta apenas que "é de um pessoal aí". "Como que você trabalha de vigia, vê alguém entrando na obra e não faz nada?", questiona Eliardo.

Para o promotor, o depoimento do vigia é contraditório. "Ele diz que viu, de longe, uma mão passando pela porta para tirar a corrente, mas não conseguiu identificar se era homem ou mulher. Como você percebe uma mão e não identifica o sexo de um corpo inteiro?", diz.

Para Eliardo, isto é um indício de que a pessoa que matou Fernanda era conhecida pelo vigia, e também conhecia muito bem a obra. "Aquilo é um labirinto, e muito mais a noite. Não tem como andar por lá sem conhecer o local", diz. Outro indício disso é que a passagem que liga a obra do TRT à obra do Ministério Público, onde o corpo de Fernanda foi encontrado, é ao fundo do local, e não poderia ser notada a noite por alguém que não conhecesse a obra.

Próximos passos
De acordo com o promotor, a investigação está perto de um desfecho, faltando apenas coletar mais provas para embasar a condenação dos culpados. Nos próximos dias, chegará ao Piauí o resultado dos exames periciais feitos na Paraíba, que devem confirmar a tese de que Fernanda foi levada ao local do crime embriagada.

Também serão colhidos mais depoimentos. Além da mulher envolvida com Fernanda no esquema de tráfico de mulheres, será ouvido o engenheiro Jivago Castro, responsável pela obra do TRT.

O ex-deputado e ex-prefeito de Barras, José Ribamar Cabelouro (PMDB), também será ouvido, para esclarecer o motivo de ter ligado para a sua sobrinha, no momento em que esta prestava depoimento na polícia, oferecendo a ela passagens para ir a Fortaleza. Eliardo Cabral quer saber o porquê dessa viagem. O vigia Domingos também será convocado para mais esclarecimentos.



Tags: Suspeito - Fotografias mostram - Fernanda Lages

Fonte: PORTAL O DIA.COM �|� Publicado por: Da Redação
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