Exames n�o comprovam tortura e

Exames n�o comprovam tortura e abuso em crian�as submetidas a ritual,

Publicada em 03 de Maio de 2016 �s 19h00

Tr�s meninos que tamb�m teriam sido submetidos a um ritual de purifica��o em um sal�o de umbanda, localizado a 20 km da cidade de Timon, no Maranh�o, foram levados ao Instituto M�dico Legal de Teresina (IML) e passaram por exames de corpo de delito. As crian�as chegaram por volta de 17h desta ter�a-feira (3) e segundo a conselheira tutelar Socorro Arraes, as suspeitas de abuso sexual e tortura n�o foram confirmadas pelos procedimentos.

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“Foram feitos os exames e n�o ficou comprovado nem abuso sexual e nem agress�o f�sica. Essas crian�as tamb�m estiveram no sal�o de umbanda e essa an�lise � justamente para saber se eles tamb�m sofreram les�es como a menina de 10 anos que morreu. Agora iremos encaminhar os resultados para o Minist�rio P�blico e para a Pol�cia Civil. Mais crian�as continuam sendo investigadas”, contou.
As crian�as foram levadas para fazer exames, depois da confirma��o que a menina que morreu na semana passada foi v�tima de abuso sexual. A informa��o foi dada pelo conselho tutelar que teve acesso ao exame realizado pelo Servi�o de Apoio � Mulher V�tima de Viol�ncia Sexual (Samvvis).

A promotora de justi�a da Vara da Inf�ncia e Juventude de Teresina, Vera L�cia Santos, que acompanha o caso tamb�m confirmou o estupro. Ela disse que todas as crian�as que frequentaram o ritual de cura v�o passar por exames para saber se sofreram tortura ou foram v�timas de abuso sexual.
“Estas outras crian�as fazem parte da mesma fam�lia. Elas s�o irm�os e primos que frequentavam o mesmo ambiente da menina falecida na semana passada. Pedimos estes exames porque queremos saber se houve viol�ncia sexual e atos de tortura”, declarou a promotora.
A Delegacia Geral da Pol�cia Civil informou em nota nesta ter�a-feira que j� foram ouvidas v�rias testemunhas como familiares, m�dicos e vizinhos da crian�a (que morreu) e que outras pessoas ainda prestar�o depoimento nos pr�ximos dias.
A delegada Tatiana Trigueiro, da Delegacia de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente, informou tamb�m que as per�cias t�cnicas est�o sendo realizadas, mas que n�o adiantar� detalhes da investiga��o at� que todos os laudos estejam finalizados, como o relat�rio de toxidade do l�quido que supostamente teria sido ingerido pela v�tima e a aut�psia, cujo prazo para conclus�o � de 30 dias.

Entenda o caso
No dia 28 de abril uma menina de 10 anos, internada h� 15 dias no Hospital de Urg�ncia de Teresina (HUT), morreu com suspeita de intoxica��o e tortura que teria sido praticada em uma cerim�nia religiosa. Um dia antes de vir a �bito, profissionais do HUT suspeitaram do abuso e pediram uma per�cia para Servi�o de Aten��o �s Mulheres V�timas de Viol�ncia Sexual (Samvis).

Os pais da menina prestaram depoimento na segunda-feira (03) na Delegacia de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (DPCA). “N�o sei quem fez isso com a minha filha e s� posso falar mais com autoriza��o do meu advogado”, se limitou a dizer a m�e da crian�a ao ser perguntada sobre quem poderia ter praticado o abuso contra sua filha.

A titular do caso, delegada Tatiana Trigueiro, disse que n�o vai se pronunciar at� que as investiga��es tenham terminado. Para o conselheiro tutelar Djan Moreira, os pais da v�tima devem ser responsabilizados pelo o que aconteceu a filha.
Investiga��o
Para a pol�cia, os pais da v�tima relataram que frequentavam um sal�o de umbanda em Timon, no Maranh�o, para tratar a asma da filha e pagariam R$ 3 mil pelo tratamento. O Conselho Tutelar de Teresina, afirmou ao G1 que a m�e deu pelo menos tr�s vers�es aos conselheiros sobre como conseguiu o l�quido ingerido pela garota ap�s ritual. Uma delas foi a de que ela mesma teria produzido a mistura � base de ervas e a��car.

O delegado geral Riedel Batista reiterou que o caso da menina de 10 anos continuar� sendo acompanhado pela DPCA e os demais registros de tortura que tenham sido praticados no sal�o de umbanda em Timon ser�o investigados pela Pol�cia Civil do Maranh�o.
Vara da Inf�cia
A ju�za da 1� Vara da Inf�ncia e Juventude de Teresina, Maria Luiza de Moura Melo, disse que autorizou o Conselho Tutelar a recolher qualquer crian�a desacompanhada que apare�a com as mesmas caracter�sticas dessa v�tima (cabelo raspado e cicatrizes em forma de cruz).
"Elas ser�o levadas para um abrigo, podendo os pais ter a suspens�o da guarda ou at� mesmo a destitui��o do poder familiar. O Conselho tem 24 horas para informar esses casos”, falou a ju�za.

Filhas de dona de sal�o negam tortura
Em entrevista ao G1 na semana passada, duas filhas da propriet�ria do sal�o de umbanda, onde os pais levavam a menina, negaram que as pessoas que frequentam o local sejam torturadas. Sem quererem se identificar, as mulheres afirmaram que os cortes nos praticantes de umbanda s�o superficiais e feitos com o consentimento dos respons�veis.
Uma das filhas da propriet�ria do sal�o de umbanda afirmou que ela e seus filhos passaram pelos procedimentos v�rias vezes e nunca sentiram nada e negou o uso de bebidas nos rituais. De acordo com a mulher, o ritual acontece da seguinte forma: a pessoa doente fica recolhida no quarto durante sete dias, recebendo apenas ora��es.
Sem deixar fazer o registro de foto ou v�deo, as mulheres mostraram algumas marcas pelo corpo e apresentaram os filhos com a cabe�a raspada, informando que eles passaram pelos mesmos rituais.

Tags: Exames n�o comprovam - Tr�s meninos que tam

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Reda��o

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