O ex-prefeito de Ribeira do Piauí, cidade localizada a 377 km ao Sul de Teresina, Solano de Sousa e Silva (foto abaixo) denunciou o deputado estadual Fernando Monteiro (PTB) à Procuradoria Regional Eleitoral do Estado do Piauí na manhã desta quinta-feira (20). Solano acusa Fernando Monteiro de tentar cooptar juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para conseguir o adiamento da pauta de julgamento do pedido de cassação do atual prefeito de Ribeira do Piauí, Jorge de Araújo da Costa, correligionário de Fernando Monteiro.
No termo de declaração prestada por Solano Silva ao Ministério Público Eleitoral (MPE), o ex-prefeito conta que ao chegar ao TRE na manhã de hoje, encontrou o deputado Fernando Monteiro conversando com o prefeito Jorge de Araújo “dizendo que passaria nos gabinetes dos membros dessa Corte Eleitoral para pedir que o prefeito não fosse cassado e que a sessão fosse adiada”.
Solano, assim como o fez no depoimento ao MPE, que discutiu com o deputado próximo aos gabinetes dos membros da Corte até a chegada de seguranças. Chegando ao térreo do prédio do TRE, o deputado falou ao prefeito e sua comitiva “que já tinha conseguido suspender a sessão”.
“Quando eu cheguei eu flagrei ele conversando com o prefeito. Eu entrei dentro do elevador com ele e flagrei ele querendo fazer lobby com os juízes, na companhia do prefeito”, contou Solano.
A versão de Fernando Monteiro
o deputado Fernando Monteiro classificou a atitude de Solano Silva como “desequilibrada”. “Não tem o menor sentido, a menor razão, ele está desequilibrado. Eu fui lá acompanhar o julgamento de meu correligionário, meu aliado político, sempre que tem sessão do meu interesse eu vou lá. Esta denúncia é coisa de uma pessoa que está com a mente abalada”, argumentou o parlamentar.
O deputado Fernando Monteiro classificou a atitude de Solano Silva como “desequilibrada”. “Não tem o menor sentido, a menor razão, ele está desequilibrado. Eu fui lá acompanhar o julgamento de meu correligionário, meu aliado político, sempre que tem sessão do meu interesse eu vou lá. Esta denúncia é coisa de uma pessoa que está com a mente abalada”, argumentou o parlamentar.
Fernando Monteiro disse que a atitude de Solano foi um desrespeito com o Tribunal e que o ex-prefeito terá que provar as acusações que está fazendo. “Ele está desrespeitando não só a mim, mas também ao Tribunal [...] Ele vai ter que provar estas denúncias, ele cometeu uma calúnia e vai ter que provar”, disse o deputado.
Solano elogiou a postura dos juízes do TRE e disse que tem total confiança nos magistrados. “Tenho confiança no Tribunal, no doutor Eufrásio, no Haroldo e no relator, doutor Luis Viana Filho”, disse o ex-prefeito.
As acusações contra o prefeito
O prefeito de Ribeira do Piauí, Jorge de Araújo da Costa é acusado, a partir de uma ação de investigação judicial eleitoral, de compra de votos, abuso de poder econômico e corrupção nas eleições municipais de 2008.
o portal tentou falar com o advogado de Jorge de Araújo, Norberto Campelo, mas este não atendeu ao telefone celular.
Outras denúncias
Jorge de Araújo Costa foi um dos prefeitos presos na Operação Geleira, deflagrada em janeiro de 2011 pela Superintendência da Polícia Federal no Estado do Piauí.
Em julho deste ano, o Procurador Antonio Ivan e Silva do Ministério Público Estadual, assinou documentação no dia 18 de julho reiterando o pedido de prisão preventiva do prefeito do município de Ribeira do Piauí, Jorge de Araújo Costa (PTB), do secretário de Saúde Adão Lira Leal, do chefe do Almoxarifado Antonio Luiz de Araújo Costa Neto - sobrinho do prefeito, do Controlador Geral da prefeitura, Adailton Batista de Lima e do Tesoureiro Arnaldo Araújo Pereira da Costa - filho do prefeito. No documento consta ainda o pedido de afastamento de Jorge de Araújo Costa do cargo de prefeito.
Eles são acusados de desviar, através do uso de notas fiscais falsificadas, verbas públicas provenientes do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Fundo Municipal de Saúde (FMS) e do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS).