O deputado Evaldo Gomes (PTC) denunciou hoje (27), em discurso, o atraso no pagamento a funcionários terceirizados, que segundo relato de alguns deles já seria de sete meses. Ele disse que o governador Wellington Dias (PT) afirmou em campanha que suas prioridades seriam em relação aos pobres, no entanto o portal da transparência mostra pagamentos a empresas, enquanto nem décimo terceiro e férias são pagos aos terceirizados.
Evaldo Gomes disse que a terceirização está sendo ampliada através de lei já aprovada pela Câmara Federal, inclusive sob protesto de membros do PT, e que por isso mesmo espera que o governo resolva os atrasos no Piauí, pois é muito difícil a situação de pessoas que já não conseguem sequer a alimentação da família. O deputado lembrou que foi aprovado requerimento do colega Wilson Brandão, pedindo informações a respeito, e até hoje não teve resposta.
A deputada Flora Izabel (PT) disse em aparte que também tem preocupação com o assunto, pois recebeu pessoas que estão com seus salários atrasados, mas informou que já foi feita uma negociação para quitar os pagamentos que já estavam empenhados. O líder do Governo, deputado João de Deus (PT), foi desafiado pelo orador a trazer os contratos do governo com as empresas que fazem a terceirização, o que ele teria uma semana para fazer.
João de Deus disse que o colega não pode lhe dar prazo e que em contato com o secretário de Administração a informação que recebeu foi de que realmente houve negociação de uma parte. Ele falou igualmente sobre as limitações financeiras do governo, inclusive para pagar a ajuda às vítimas da Barragem de Algodões, atrasada desde setembro do ano passado. Ele informou que o governo tem como prioridade os mais necessitados, lembrando que as 400 obras retomadas são da Educação e da Saúde.
Evaldo Gomes concluiu seu pronunciamento fazendo um desafio ao líder do governo. “Eu deixarei de vir a essa tribuna, caso vossa excelência traga todos os contratos sobre os acordos para o pagamento atrasado dos terceirizados” - salientou. João de Deus não se comprometeu, afirmando que se existe requerimento aprovado, o correto seria recorrer à Mesa da Casa para fazer a cobrança.
Raimundo Cazé – Edição: Katya D’Angelles