Nos Estados Unidos, para combater as consequências econômicas da pandemia, o Senado deve aprovar, nesta quarta (25), o maior pacote de transferência de renda de todos os tempos.
Quem ganha menos de US$ 6.500 por mês, o que nos Estados Unidos é a classe média, vai receber pelo correio um cheque de US$ 1.200 e mais US$ 500 para cada criança da casa.
Quem for demitido vai poder usar o seguro desemprego por quase dez meses, em vez de seis como é hoje, e o valor vai aumentar em US$ 600 por semana.
As pequenas empresas vão ganhar US$ 350 bilhões em empréstimos. O maior montante é para salvar grandes empresas: US$ 500 bilhões. Foi isso que atrasou as negociações. Os senadores do partido de oposição, o Democrata, não queriam que as empresas enriquecessem enquanto os trabalhadores empobreciam.
Por isso, as companhias que aceitarem o empréstimo não vão poder comprar as próprias ações a preço baixo agora, enquanto estiverem recebendo esse auxílio do governo – e nem por um ano depois disso.
Os democratas também conseguiram impedir que qualquer empresa do presidente Donald Trump e da família dele receba a ajuda federal. Isso também vale para empresas dos parlamentares.
E US$ 150 bilhões vão para os hospitais comprarem novos equipamentos. No total, são US$ 2 trilhões, o maior pacote da história. É mais do que todos os bens e serviços que o Brasil produziu em 2019.
Muitas lojas estão vazias. Já tiraram todo o estoque porque não há previsão de reabertura. A economia está parada. Em um bairro de Nova York, o Soho, que é conhecido pelas lojas caras, agora está irreconhecível. Há um mês, uma cena como essa, com ruas e lojas vazia, seria inimaginável. A loja famosa por vender bolsas a R$ 20 mil, R$ 30 mil se fortificou como precaução no momento de incerteza.
Não longe dali, Wall Street reagiu bem. Os principais índices da Bolsa subiram, como as ações das companhias aéreas, que ganharam US$ 50 bilhões do pacote.
A agência de classificação de risco Moody’s prevê que as 20 maiores economias do mundo vão encolher meio ponto percentual em 2020, e que a China vai crescer 3%.
O secretário-geral da ONU também anunciou um pacote de emergência humanitária: US$ 2 bilhões para comprar testes, instalar pias para lavar as mãos e fazer campanhas de saúde. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial pediram para que os países ricos parem de cobrar a dívida dos países pobres, que abrigam dois terços da população em extrema pobreza no mundo, porque esses países vão precisar do dinheiro para combater o novo coronavírus e o impacto econômico dele.
Na semana passada, o FMI já tinha dito que é hora de abrir os cofres e adiar planos de austeridade: colocou à disposição US$ 1 trilhão para empréstimos. É muito dinheiro de governos e do contribuinte que vai redesenhar o mundo. Nada será como antes.
ESTADOS UNIDOS