Autoridades de inteligência dos Estados Unidos disseram nesta terça-feira (22) que acreditam que os separatistas pró-Rússia provavelmente derrubaram o avião da Malaysia Airlines "por engano". Além disso, a Rússia não teria nenhuma ligação com o ataque, de acordo com a agência Associated Press. A queda da aeronave matou todas as 298 pessoas a bordo, aprofundando acentuadamente a crise ucraniana. saiba mais Caixas-pretas do avião que caiu na Ucrânia são entregues por rebeldes Investigadores holandeses examinam corpos de vítimas de avião Chefe da busca do MH370 vai liderar operação auståçraliana no MH17 Rebeldes negam remoção de destroços do MH17; Ucrânia diz ter provas Ucrânia acusa rebeldes de removerem 38 corpos de avião derrubado Leia mais sobre Avião da Malysia Funcionários acreditam que o avião de passageiros foi interceptado por um míssil terra-ar do modelo SA-11, que foi acionado por rebeldes ucranianos. A Inteligência dos EUA sugere que, embora os EUA acreditem que a Rússia "criou as condições" que levaram ao incidente, os funcionários não encontraram indícios da presença de quaisquer russos durante o lançamento do míssil, e não confirmaram que a tripulação que disparou o míssil foi treinada na Rússia. Um funcionário disse que, em relação a quem precisamente disparou o míssil, "não sabemos o nome, não sabemos a posição e não estamos mesmo 100% certos de que haja uma nacionalidade." O funcionário disse que os EUA não têm pretensão de chegar a conclusões definitivas. Homens armados separatistas no leste da Ucrânia, uma região onde a maioria da população fala russo, têm combatido forças do governo desde que manifestantes pró-Ocidente em Kiev derrubaram o presidente aliado de Moscou e a Rússia anexou a Crimeia em março. Caixas pretas As caixas-pretas da aeronave foram entregues às autoridades da Malásia nesta segunda-feira (21) pelos rebeldes. O acesso de monitores internacionais ao local do acidente, que está localizado em Donetsk --área controlada pelos rebeldes--, tem sido limitado. As caixas-pretas serão enviadas para um laboratório britânico. As duas caixas-pretas foram coletadas depois que o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, intermediou um acordo com o líder dos separatistas do leste da Ucrânia para entregar provas que poderiam esclarecer a derrubada do voo MH17. Autoridades holandesas vão entregar as caixas-pretas para um laboratório que trabalha com a Agência de Investigações de Acidentes Aéreos, do Departamento do Transporte britânico. Cabine Os monitores internacionais que tiveram acesso ao local da queda do voo MH17 notaram adulterações em algumas das peças vitais do avião abatido. A cabine da aeronave, segundo os monitores, teria sido serrada ao meio enquanto estava sob o controle de separatistas pró-Rússia. Essa parte do avião foi encontrada no mesmo local de onde os primeiros corpos foram removidos. "A parte traseira da aeronave, uma das maiores peças intactas, foi definitivamente adulterada", disse Michael Bociurkiw, porta-voz do grupo de monitores internacionais da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa). Os separatistas, de acordo com Bociurkiw, estão removendo evidências do local do acidente. "Isso levanta a questão: o que eles estão tentando esconder?", questionou o porta-voz