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Estupro coletivo: 'menores vir

Estupro coletivo: 'menores viram ato, mas negam participação', diz MP.

Publicada em 25 de Maio de 2016 �s 13h03


A promotora do Ministério Público Estadual Gabriela Almeida de Santana, que acompanha a investigação do estupro coletivo em Bom Jesus, Sul do Piauí, contou ao G1 nesta quarta-feira (25) a conversa que teve com os quatro adolescentes suspeitos do crime. Ela relatou surpresa com o depoimento dos menores, que negaram participação, mas afirmaram ter visto a garota de 17 anos sendo abusada.
"Os adolescentes negaram o estupro coletivo e relatam ter visto a garota sendo abusada pelo jovem de 18 anos, que estava na companhia deles. Eu questionei se eles não fizeram nada para impedir e os quatro declararam achar normal o ato, mesmo com a vítima embriagada e sem condições de responder por si", revelou a promotora.
Durante a conversa, os adolescentes contam que estavam com a vítima na praça próximo à igreja principal, quando resolveram ir até uma obra abandonada para apreciar a vista. Chegando ao local, a garota ingeriu bebida alcoólica e logo depois começou a passar mal.

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"Eles relataram com riqueza de detalhes a vítima reclamando da sensação de tortura e vomitando. Só que eu achei estranho alguém ir em uma obra abandonada para apreciar a paisagem, sendo que lá só tem um andar e não tem vista panorâmica da cidade. Tudo indica que eles combinaram a mesma versão e foram ao local para fazer uso de droga", comentou.

Gabriela Almeida de Santana revelou ter ouvido também a garota, que ainda está em estado de choque. A vítima disse não se recordar o que aconteceu depois de ter passado mal e confirmou que todos ingeriram bebida alcoolica, sendo que dois dos suspeitos usaram droga.
"O laudo médico confirmou o abuso, mas somente um exame de DNA vai provar o estupro coletivo. Já conversei com o delegado e vamos solicitar o teste, assim como ouvir testemunhas e os socorristas do Samu. Pedi também ao Creas a realização de um estudo social das famílias desses menores para saber em quem meio eles estão inseridos e como isto pode influenciar na pena", disse.
Internação dos suspeitos
A promotora de Justiça Gabriela Santana solicitou na manhã da terça-feira (24) a internação dos quatro adolescentes suspeitos de terem embriagado e estuprado uma garota. A decisão foi feita após laudo médico confirmar o abuso sexual.

Segundo o MP, o prazo de internação provisória tem duração máxima de 45 dias, não sendo possível a prorrogação. O quinto suspeito de ter participado do crime, um jovem de 18 anos, está preso e deve ser encaminhado ao presídio da cidade de Bom Jesus.

Na segunda-feira (24), o delegado Aldely Fontineli, que investiga o caso, revelou ao G1 que a vítima do estupro coletivo e os cinco suspeitos do crime tinham vínculo de amizade. Segundo ele, a adolescente de 17 anos e os envolvidos se conheciam e por isso estavam bebendo juntos. A polícia suspeita que alguma substância tenha sido colocada na bebida da jovem.
"A vítima bebia sozinha, depois de ter brigado com o namorado, quando os suspeitos se aproximaram para fazer companhia a ela. Em determinado momento, a menina ficou completamente bêbada e eles realizaram o ato criminoso", contou.

Conforme relatos de testemunhas que encontraram a adolescente, a vítima estava amarrada e teria sido amordaçada com a própria calcinha. Ela chegou a contar que foi conduzida ao local e violentada pelos cinco suspeitos.

Ainda bastante abalada, a adolescente retornou na segunda-feira ao Hospital Regional Manoel de Sousa Santos, em Bom Jesus, e foi ouvida por agentes civis. A garota esteve acompanhada pelo Conselho Tutelar, que preferiram não comentar sobre o caso. O depoimento aconteceu no hospital porque ela está sendo acompanhada por psicólogos.

Estupro coletivo em Castelo do Piauí
No dia 27 de maio de 2015, quatro adolescentes foram vítimas de estupro coletivo em Castelo do Piauí. Quatro garotos suspeitos de violentarem as meninas foram condenados pela Justiça a cumprir medida socioeducativa por participação no crime.
No mês em que o estupro coletivo completa um ano, o G1 conseguiu entrevistar com exclusividade os três adolescentes. Eles alegam inocência e dizem que confessaram o crime após serem torturados pela polícia.
Neste primeiro ano após o crime, as garotas deixaram a antiga escola em Castelo e passaram morar e estudar em Teresina. Conquistaram novos amigos e pretendem fazer o Exame do Ensino Médio (Enem) em novembro.

Na Casa de Detenção Provisória de Altos, o G1 também conversou com o homem apontado pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual como o suspeito de ser o mentor do estupro coletivo contra quatro garotas em Castelo. Adão José Silva Sousa, de 42 anos, alega inocência, diz que não estava na cidade no dia do crime.
Tags: Estupro coletivo: - A promotora do Minis

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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