Alunos de jornalismo foram pegos de surpresa durante a aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), em Teresina neste domingo (22). Em uma sala de aula na Faculdade Estácio Ceut, na Zona Leste da cidade, os estudantes receberam a prova de Ciências Contábeis e mesmo assim foram orientados pela organização do exame a respondê-la.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação da prova, não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta matéria.
De acordo com a estudante Maria Luiza Moreira, do curso de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o fiscal distribuiu as provas cerca de 15 minutos após o horário previsto e sem avisar aos estudantes que os cadernos estavam trocados. Os próprios alunos detectaram o erro e questionaram a situação.
"Nós chamamos o coordenador e ele disse que as provas de jornalismo vieram em pouca quantidade. De início ele pediu para que nós fizéssemos o que conseguíssemos fazer, mas como se ali só tinha questões de Contábeis? Depois falou para respondermos as duas questões de formação geral e o questionário de percepção da prova", relatou.
Ainda conforme Maria Luiza, os estudantes assinaram a prova e deixaram a sala assim que o horário mínimo permitido para a saída foi atingido. Nenhum deles levou o caderno de questões para casa, pois só poderiam levar meia hora antes do término da aplicação, estipulado pelo Inep para as 16h.
"Nós não íamos ficar lá esse tempo todo sem fazer nada e por isso todos saíram assim que foi permitido. Minha preocupação é porque todos assinaram a prova e temo que o Inep avalie nosso desempenho com base nela, o que vai prejudicar a nota do curso de jornalismo da instituição onde estudo", completou.
Segundo ela, até o meio dia desta segunda-feira (23) ninguém do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação da prova, havia entrado em contato com os estudantes. "Me sinto desrespeitada porque fui para a revisão que a universidade promoveu e no dia da prova acontece isso", desabafou.
A estudante Lumárya Souza, também do curso de jornalismo da UFPI, estava na mesma sala e lamentou o episódio. Assim como Maria Luiza, ele teme que seja avaliada pela prova de Ciências Contábeis e com isso acabe sendo prejudicada com o ocorrido.
"Se as provas forem contabilizadas vai nos prejudicar, pois a nota do curso poderá ser rebaixada. O coordenador disse que não podia verificar antes porque as provas já chegam lacradas. A gente sai de casa num domingo para fazer uma prova que é obrigatória e ainda acontece isso", lamentou.
Procurada pela reportagem do G1, a Faculdade Estácio Ceut informou que nenhum fiscal ou coordenador local de aplicação da prova tem vínculo com a instituição e que ela apenas aluga o espaço para a realização da prova.