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Estudante de medicina do PI pi

Estudante de medicina do PI pintou cabelo para concluir fraude em vestibular, diz Polícia Federal.

Publicada em 22 de Outubro de 2024 �s 00h19


 A estudante de medicina Jeovanna Reges é investigada por contratar os serviços de André Rodrigues Ataíde, outro estudante que a teria ajudado a fraudar a prova de ingresso no Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba (Iesvap), situado em Parnaíba, no litoral do Piauí. Ela pintou o cabelo porque é loira e a pessoa que fez a prova em seu lugar tem o cabelo preto, segundo a Polícia Federal.

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A equipe do Fantástico procurou a estudante, mas o porteiro do condomínio em que ela mora informou que estava viajando. Em nota, o Iesvap afirmou que vai adotar todas as medidas administrativas cabíveis de acordo com a conclusão das investigações (leia ao fim da reportagem).

?? Na última quarta-feira (16), a PF de Marabá (PA) deflagrou a quarta fase da operação “Passe Livre” no Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. O objetivo da ação foi desarticular um esquema criminoso de fraude em vestibulares para ingresso no curso de medicina de faculdades particulares. Conforme a polícia, o grupo investigado resolvia provas pelo custo de R$ 2 mil.

Durante as investigações, a PF encontrou mensagens de Jeovanna pedindo os serviços de André para fraudar as provas de quatro faculdades diferentes - dentre elas, a do Iesvap.

Em uma delas, ela mostra a segunda via da carteira de identidade que tirou para que o estudante adulterasse o documento com a foto da pessoa que faria a prova, identificada como Adrielli Pedroso.

Quando Jeovanna foi aprovada, ela ficou com medo de ser descoberta na hora da matrícula porque é loira e Adrielli tem cabelo preto.

“Meu Deus, André... Ela é muito diferente de mim. E outra... Ai, ela é muito diferente de mim”, a estudante comentou em uma mensagem de áudio.
Em resposta, André sugeriu que ela usasse uma peruca preta para fazer a outra identidade.

“Tipo assim, tu pega uma peruca, preta no caso, e tu faz uma identidade com essa peruca, entendeu? E aí, no dia em que tu for se matricular, tu vai de máscara para ninguém ver teu rosto. Só o olho. E de máscara, ninguém vai perceber”, orientou.
Jeovanna, porém, preferiu pintar o cabelo.

Procurada pela equipe do Fantástico, Adrielli admitiu que fez a prova no lugar de outra pessoa, mas disse que “foi enganada” e não teria recebido dinheiro.

“Eu descobri só no dia. Fui enganada, na verdade. Ele me falou que era um simulado que eu tava fazendo”, afirmou, sem esclarecer de quem estava falando.

O estudante de medicina André Rodrigues Ataíde, suspeito de ajudar Jeovanna Reges a fraudar a prova do Iesvap, se especializou em burlar o controle de exames de admissão online de algumas faculdades privadas. Ele chegou a fazer nove provas em um único dia, conforme a Polícia Federal.

Essas provas costumam ser feitas com o microfone e câmera do computador ligados, para que um fiscal observe se o candidato não está colando.

O Fantástico teve acesso a um vídeo (veja no início da reportagem) que André gravou para um candidato de vestibular de medicina. São instruções para enviar perguntas de uma prova na tela do computador para ele e receber de volta as respostas.


A Polícia Federal identificou 30 candidatos que contrataram os serviços de André em quatro estados para 107 provas de vestibular. Na quarta-feira, a PF cumpriu 27 mandados de busca em casas de candidatos suspeitos ou de cúmplices no esquema de fraudes.

O investigado contava com um time de 32 pessoas fazendo as provas ou transmitindo as respostas para os candidatos, segundo a PF.

"Ele chegou a realizar nove provas em um único dia, simultaneamente, para nove candidatos. Ele tinha colaboradores que auxiliavam na resolução das provas", explica o delegado Ezequias Martins, da Polícia Federal.
O Fantástico foi até a casa de André e quem atendeu foi o pai dele: “Vocês se aventurem daqui pra outro rumo. Para outro rumo, nós estamos falando sério”.

“As faculdades estão sendo tratadas como vítimas nessa investigação, apesar de existir, sim, a vulnerabilidade do sistema”, afirma o delegado Ezequias Martins.

Fraude no Enem

Em fevereiro, o Fantástico mostrou a prisão de André por ter feito presencialmente, pelo menos, duas provas do Enem no lugar de estudantes que pagaram pelo serviço. A fraude foi comprovada quando a assinatura de André e a letra da redação foram comparadas com a assinatura e a letra dos estudantes aprovados. Um deles já estava cursando medicina na Universidade Estadual do Pará (Uepa), onde André também estudava.

André hoje é réu na Justiça Federal e responde em liberdade. E ainda pode se tornar réu em outro processo na Justiça do Pará pelos mesmos crimes.

Em abril, André cancelou a matrícula na Universidade do Estado do Pará, onde já estava em andamento um processo de expulsão. Ele continuou a cursar medicina em Marabá na Faculdade de Ciências Médicas do Pará (Facimpa).

Confira a nota do Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba (Iesvap):
O Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba comunica que acompanha com a devida atenção os desdobramentos da operação "Passe Livre", conduzida pela Polícia Federal, e adotará todas as medidas administrativas necessárias e cabíveis, de acordo com a conclusão das investigações.

A instituição reafirma seu compromisso com a ética e a transparência, colaborando integralmente com as autoridades competentes para garantir o cumprimento das normas legais e regulatórias vigentes.

A instituição reforça seu empenho em garantir a integridade e transparência nos processos e reitera seu comprometimento inabalável com a excelência acadêmica, a ética e a transparência, princípios que guiam todas as suas ações.

Tags: Estudante de medicin - medicina

Fonte: globo �|� Publicado por: Da Redação
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