Os Estados dos principais candidatos de oposição ao Palácio do Planalto promoveram, nos últimos anos, uma expansão de despesas similar à do governo Dilma Rousseff.
Resultados acumulados pelos governos de Minas Gerais e Pernambuco dificultam críticas de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) à deterioração das contas públicas na gestão federal petista. saiba mais PT recorre para manter Luiz Moura fora das eleições Presidenciáveis dão início às campanhas em busca do Planalto PT planeja gastar R$ 290 milhões na campanha de Dilma Dilma, Aécio e Campos unem partidos que vão se confrontar nos estados Aprovação do governo Dilma é de 35% Leia mais sobre Eleições 2014
Entre 2010 e 2013, os gastos federais com pessoal, custeio e investimentos aumentaram 39%, bem acima da inflação de 19% no período.
Promovida na tentativa de estimular a economia e fortalecer programas sociais, a expansão ajudou a alimentar a inflação e a desconfiança de empresários e investidores na política econômica.
Os oposicionistas, porém, não dispõem de números muito diferentes. Em Minas, no governo de Antonio Anastasia (PSDB), aliado e sucessor de Aécio, a alta de despesas foi de 37,4%. Em Pernambuco, sob o comando de Campos no período, de 42,6%.
O levantamento se baseou em relatórios exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e não levou em conta encargos da dívida pública e transferências obrigatórias aos municípios, por não se tratar de gastos decididos pelos governantes.
A aceleração dos gastos foi quase generalizada entre os Estados nos últimos anos e estimulada pelo governo federal, que elevou os financiamentos a projetos de obras.
Os números de Minas e Pernambuco estão entre os mais elevados. Ambos estão entre os 13 Estados que fecharam 2013 no vermelho, com mais despesas que receitas.
O secretário da Fazenda mineira, Leonardo Colombini, afirma que a expansão de despesas e a queda do saldo fiscal são explicadas por investimentos financiados com recursos federais –mas que de todo modo terão de ser pagos no futuro pelo Estado.
Em 2013, Minas recebeu R$ 3,3 bilhões para obras, especialmente em rodovias e projetos de mobilidade urbana, incluindo os associados à Copa. Em 2010, o montante não passou de R$ 1,6 bilhão.
"Temos um controle muito rígido de nossos gastos", diz Colombini. A receita com o ICMS, principal imposto estadual, cresce em ritmo semelhante ao das despesas, diz.
A parceria com a União no aumento de gastos é mais notória no caso de Campos, cujo partido foi aliado do PT até setembro de 2013. Pernambuco elevou seus investimentos em mais de 60% de 2010 para 2013 e manteve contas deficitárias ao longo do período.
Em outras ocasiões, o Estado argumentou que os resultados foram autorizados pelo Tesouro Nacional. A Folha voltou a procurar a Secretaria da Fazenda pernambucana, mas não houve resposta.