Publicada em 16 de Julho de 2015 �s 15h28
Como uma das soluções para os pacientes com transtornos mentais oriundos do sistema prisional, a Secretaria de Estado da Saúde irá implantar três novas residências terapêuticas, nos municípios de Parnaíba, Picos e Piripiri, numa estratégia para realocar os pacientes “moradores” do Hospital Areolino de Abreu. Atualmente, o Piauí possui cinco residências destinadas a pacientes egressos de hospital psiquiátrico com dois anos ou mais de internação e sem vínculo familiar. Destas, quatro estão localizadas em Teresina e uma no município de União.
“Com apoio do Ministério da Saúde e, em parceria com os municípios pactuados, pretendemos realocar esses pacientes para as residências e assim, teremos mais vagas no Areolino”, frisou o secretário Francisco Costa.
Os serviços ofertados nas residências terapêuticas mostram que esta é uma alternativa exitosa no tratamento psiquiátrico. Um bom exemplo de reinserção social é contada pela paciente A. C. C., de 53 anos, que sofre de esquizofrenia e há 10 anos vive numa residência em Teresina. “Aqui é muito bom. Toda semana nós temos aula de hidroginástica e saímos para fazer compras ou ir a restaurantes e pizzarias”, disse. Além de passeios e atividades físicas, os pacientes também recebem tratamento três vezes por semana, ou até todos os dias, pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do bairro.
A. C. C. recebeu o diagnóstico aos 29 anos, quando teve o primeiro surto psicótico no Rio de Janeiro. Ela chegou ao Piauí por meio de carona nas estradas. Por mais de um ano ela morou nas ruas até chegar ao Hospital Areolino de Abreu, onde viveu por quatro anos.
Ela foi uma das moradoras do Areolino de Abreu, que atualmente atende no limite de sua capacidade e conta com 30 “moradores”. Por conta disso, o propósito da Secretaria além de abrir novas vagas é proporcionar a esses pacientes uma alternativa de atendimento mais humanizado.
Para a gerente de Saúde Mental, Gisele Martins, inicialmente, 24 moradores do Areolino serão realocados para as residências. “A nossa prioridade serão os pacientes do sistema prisional que estão com maior tempo de internação”, comentou. Cada residência irá dispor de oito vagas.
Para se inserir em uma dessas residências, os pacientes são avaliados por uma equipe técnica composta por assistentes sociais, psicólogos e enfermeiros. “Em seguida, o paciente que estiver enquadrado no parecer desses profissionais terá um período de adaptação até concluir o processo de fixação na residência”, conclui Gisele.