Publicada em 19 de Abril de 2012 �s 14h43
Cerca de 100 crianças de várias instituições públicas de Teresina lotaram o Salão Branco do Palácio de Karnak na manhã desta quinta-feira (19). Esse público especial somou forças ao lado de representantes de vários órgãos ligados à área da infância e adolescência, para uma audiência pública com o governador Wilson Martins. O encontro foi parte da programação da Caravana do Nordeste contra o Trabalho Infantil na capital.
Durante o evento, o governador do Estado assinou o Termo de Compromisso acerca da Política de Enfretamento ao Trabalho Infantil e ouviu atentamente os discursos de representantes de órgãos estaduais e nacionais sobre as necessidades e avanços no contexto do Piauí.
A representante do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Tânia Dorneles, citou as piores formas de trabalho infantil (doméstica, agrícola, exploração sexual e nos lixões) e garantiu que a meta nacional é erradicar-los até o ano de 2016. “Nosso país é referência no combate ao trabalho infantil, mas há muito para fazer. A ideia do fórum foi trazer ao campo de discussão a necessidade de ações mais específicas e constantes. É um desejo nosso que esse termo de compromisso assinado hoje não seja apenas um documento de gaveta”, encerrou.
Já o discurso de Oberdan Nascimento, que falou em nome do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, foi um dos mais emotivos e propôs uma reflexão quanto às causas dos altos índices da exploração infantil. “Temos duas causas para isso: a miséria econômica e a miséria cultural. Para muitos pais, o filho tem que começar a trabalhar bem cedo mesmo para adquirir responsabilidade. Esse é um discurso que esconde a falta de habilidade de se tratar o problema”.
O secretário da Assistência Social, Francisco Guedes, ressaltou os investimentos feitos atualmente pelo Estado, enfatizando as capacitações de conselheiros por todo o Piauí. “Nós estamos capacitando desde janeiro, 1.074 conselheiros de direito e tutelares nos vários municípios do Estado, já que são estes profissionais que atuam na linha de frente do problema”, afirmou.
Na oportunidade, Izabel Maria, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, ratificou a fala do secretário da Assistência citando o papel dos conselheiros junto à família, especialmente nos municípios interioranos. “É necessário fortalecer os conselhos tutelares dos Estados aprimorando a atuação da Escola de Conselhos”.