Piaui em Pauta

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Com essa metodologia, o Estado dá um passo importante na direção da qualidade da

Estado aposta na qualidade do ensino das Escolas Militares

Publicada em 24 de Agosto de 2015 �s 16h28


  												Escola Militar						 (Foto:Raoni Barbosa)					Escola Militar (Foto:Raoni Barbosa)

O Piauí não está inventando a roda, mas adotando uma postura de reconhecimento da urgência do verdadeiro papel da escola como formadora da cidadania e como pilar do desenvolvimento socioeconômico da Nação. Ao apostar na metodologia de ensino e aprendizagem adotado pelas escolas militares, o Estado dá um passo importante na direção da qualidade da educação. O governador Wellington Dias instalou a primeira de uma série de estabelecimentos com essa estrutura, que, até de forma surpreendente, desperta o interesse da juventude e de pais de alunos em Teresina e de todo o interior do estado.

“A disciplina na escola evoluiu de tal maneira que parece que estamos numa escola particular. Tem-se uma ideia de que a coisa pública é bagunçada e aqui é totalmente ao contrário. Aqui, nós somos cobrados pelo nosso comportamento e disciplina.” É o que afirma Mardson Kowsak Silva, de 17 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio Profissionalizante da Escola Estadual de Tempo Integral - Governador Dirceu Mendes Arcoverde, primeiro Colégio da Polícia Militar do Piauí.

A unidade é uma escola com sistema de gerenciamento diferenciado. Primeiro, pela presença constante de policiais militares (PMs) e também por ser gerida por militares. Além de ocuparem cargos na direção da escola, os policiais trabalham na parte burocrática e na coordenação disciplinar. “Cuidamos para que todos permaneçam em sala de aula. Observamos também o entorno da escola e auxiliamos a direção, coordenação e professores. Estamos todos imbuídos numa missão para tornar o colégio militar, modelo para todas as escolas”, frisa o cabo Humberto, policial militar lotado no colégio.

Todos são da opinião de que uma boa educação é essencial. E as escolas militares, de acordo com especialistas em pedagogia, são reconhecidas em todo o mundo pelo seu “alto grau de ensino, transmitindo para seus alunos valores que vão muito além do abc”. O aluno, quando adentra nesse caminho, percebe que na escola militar tudo funciona diferente da escola tradicional, a começar pelas normas rígidas que devem ser observadas. A partir do uniforme, da sua postura e do seu visual. Tudo muda. Inclusive, seu modo comportamental, que é baseado no respeito, no civismo e na relação com professores, turmas e família.

Currículo ampliado

Escola Militar Gov. Dirceu Mendes Arcoverde possui cerca de 400 alunos. Localizada na zona Leste de Teresina (bairro Morada do Sol), segue em regime de Tempo Integral e teve disciplinas militares acrescentadas no currículo dos alunos. Hoje eles estudam Ordem Unida, Instrução Geral, Noções de Hierarquia, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Noções de Primeiros Socorros e até Noções de Etiqueta, informações básicas essenciais para a construção de cidadãos.

Diôgo Gama Moreira, alunos do 3º ano A, cursando ainda Edificações na extensão do ensino regular da Escola Dirceu Arcoverde, revela que tudo mudou de uma hora para outra. “A gente tinha uma sensação de desorganização, bagunça, dificilmente tínhamos dias com todos os horários preenchidos porque faltava muito professor. Agora, não, toda a grade está completa, nunca mais faltou professor. Tudo mudou pra melhor”, comemora.

São tantas as mudanças, mas o que mais tem chamado a atenção das pessoas, segundo os próprios alunos, é a farda. Ela trouxe um novo olhar aos estudantes. “Com a farda conseguimos o respeito de toda a comunidade no entorno da escola. E já aconteceram até momentos engraçados, como os motoristas dos transportes coletivos que batem continência para a gente e até pessoas que quiseram tirar fotos conosco. Foi uma mudança bem positiva, e com a disciplina a gente aprende a respeitar os mais velhos”, ressaltou Beatriz Bezerra Marinho, 17 anos, aluna do 3º ano da mesma escola de Ensino Médio.

Além do trabalho dos professores, a escola conta com os pibidianos através de parceria mantida com a Universidade Federal do Piauí (UFPI). São 90 acadêmicos das diversas disciplinas auxiliando os professores e alunos, através Programa Institucional de Bolsa e Iniciação à Docência (PIBID). Eles são responsáveis por sanar dúvidas dos alunos utilizando meios pedagógicos fiscalizados pela gestão da escola.

O professor História Antônio Rocha de Macêdo revela que trabalha no Estado há 15 anos. “Nesta escola, eu cheguei em 2009, quando instituída a escola de tempo integral. Já era uma escola de certa forma administrada pela Polícia e já era um ambiente melhor do ponto de vista do tratamento dado ao professor, o respeito do aluno em relação ao professor. Mas eu sentia que ainda faltava comprometimento do aluno em relação aos estudos.  Ao se transformar em escola militar, com esse novo conceito, a gente percebe que há um respeito bem maior em relação aos professores. Hoje eu consigo dialogar com os alunos, eles ouvem e participam das aulas. Eu entendo que o princípio básico é o respeito, para podermos criar a atmosfera de que o estudo pode abrir caminhos”, acrescenta o professor.

Rotina diferenciada

Os colégios militares são fundamentados dentro de dois princípios: a disciplina e a hierarquia. Quando o aluno chega à escola ele entra em forma, apresenta a carteirinha do Mobieduca.Me (que monitora a freqüência do aluno)e vai para a sala de aula. Em dois dias da semana, os estudantes entram em forma e observa hasteamento do Pavilhão Nacional, o que é chamado de formatura matinal. Os estudantes cantam o hino nacional e do Piauí, depois participam de palestras com temas pertinentes do dia a dia, como forma de incentivo ao pensamento crítico.

“O que queremos é que a comunidade entenda que não estamos fazendo um trabalho de militarização das escolas, mas sim atendendo a uma demanda da comunidade, que aprovou bem esse modelo de educação. A gente tem percebido no dia a dia como os alunos estão absorvendo bem isso. Esperamos que a comunidade entenda que a nossa proposta é construir uma educação baseada na cidadania, no respeito ao próximo, mas também com a responsabilidade de horários e tarefas que são atribuídas a cada um de nossos alunos”, afirma tenente Ana Cristina, diretora da Escola Militar Estadual de Tempo Integral - Gov. Dirceu Mendes Arcoverde.

Expansão das Escolas Militares

A Secretaria de Estado da Educação já definiu o local de implantação de outras duas Escolas Militares em Teresina. Uma delas irá funcionar no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) José Pereira da Silva, localizada na região da grande Santa Maria da Codipi (Parque Brasil II), que hoje atende a 362 alunos, matriculados nos turnos manhã e tarde. A escola fica localizada na zona Norte da capital.

A terceira escola atenderá a comunidade da zona sul da cidade. A Unidade Escolar Martins Napoleão, localizada na avenida principal do bairro Promorar, que atende a 993 alunos distribuídos nos três turnos no Ensino Fundamental, Ensino Médio, e Educação de Jovens e Adultos (EJA), foi escolhida para se transformar em Escola Militar.

"Queremos implantar pelo menos uma Escola Militar em cada região de Teresina. Nesse processo de expansão precisamos estudar quais os locais que mais necessitam,  os bairros com maior vulnerabilidade. Vamos realizar o levantamento das necessidades para se transformar as duas unidades de ensino em Escolas Militares. A meta da Seduc é iniciar o ano letivo de 2016 com três Colégios Militares em ótimo funcionamento, atendendo às necessidades das comunidades", afirma a secretária de estado da Educação Rejane Dias.



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Fonte: Governo do Estado �|� Publicado por:
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