Publicada em 13 de Março de 2015 �s 18h30
Populares e autoridades não perderam a oportunidade de reviver um dos episódios mais importantes da História da Independência do Brasil. E esse fato ocorreu em solo piauiense, no dia 13 de março de 1823, há exatos 192 anos, às margens de um riacho, que se transformou em campo da Batalha do Jenipapo, no município de Campo Maior, a 84 quilômetros de Teresina. O governador Wellington Dias (PT) participou das comemorações, que contou com varias atividades, culminando com a entrega da maior comenda do Estado – a Medalha da Ordem do Mérito Renascença do Piauí – a mais de 30 personalidades que se revelam em variadas atividades.
Para o governador, o 13 de Março é uma data para orgulhar o povo piauiense, porque é emblemática para ressaltar a autoestima de uma gente que não teme os desafios. “Imagino quanto receio e quantas dúvidas tiveram aqueles piauienses, lá atrás, que se perguntavam se era possível vencer. Às margens do rio Jenipapo, com foices, facões, bate-buchas, eles garantiram um passo importante para que o Brasil fosse uma nação soberana do tamanho grandioso que é hoje. Isso nos motiva a continuar e comemorar esse 13 de Março com todos os piauienses”, declarou Wellington Dias.
Um dos destaques do evento foi a apresentação teatral “Às Margens do Jenipapo”, promovido pela Fundação Cultural do Piauí (Fundac). Dirigido por Arimatan Martins, o espetáculo é assinado pelo escritor e dramaturgo piauiense Ací Campelo. A peça contou com um elenco de 48 atores e 43 figurantes, entre os quais soldados da Polícia Militar do Piauí.
A apresentação emocionou a plateia, por sua fidelidade aos registros históricos. Esses registram assinalam que a resistência portuguesa, mesmo com a declaração de Independência do Brasil por Dom Pedro I, ainda dominava, depois de 7 de setembro de 1822, algumas províncias, a exemplo de parte das atuais regiões Nordeste e Norte. Mas foi no dia 13 de março de 1823, às margens do Riacho Jenipapo, em Campo Maior, que os piauienses lutaram na batalha que é hoje considerada fundamental no processo de independência e consolidação do território brasileiro.
O professor Augusto Pereira, de Campo Maior, relata que no confronto, os caboclos, pais de família, vaqueiros e trabalhadores em geral, incentivados por suas mulheres e párocos da região, pegaram seus instrumentos de trabalho para enfrentar as tropas armadas do major João José da Cunha Fidié, da Coroa Portuguesa. “Foi um ato de coragem, de bravura, de ousadia do povo”, frisa. Esse registro, segundo ele, marca a participação decisiva do povo piauiense, ajudado por maranhenses e cearenses, na Independência do Brasil.