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Especialistas vêem pouco impacto da derrota brasileira nas eleições

Publicada em 09 de Julho de 2014 �s 08h06


 O mau desempenho da seleção brasileira em campo, ontem, poderá interferir no humor nacional a curto prazo, mas não no resultado da campanha eleitoral que se inicia, na avaliação de especialistas ouvidos pelo GLOBO. — A Copa tirou o foco nos problemas econômicos e políticos do país. O governo ficou um mês em estado de graça e isso criou um clima de otimismo — disse o cientista político da UFSCar, Fernando Antônio Farias de Azevedo, lembrando a leve recuperação de Dilma na última pesquisa Datafolha. saiba mais Derrota do Brasil no Mundial faz governo mudar estratégia para evitar prejuízos Torcedores recebem seleção sob vaias e jogam laranja no ônibus após vexame Ônibus são incendiados e loja é saqueada na Grande São Paulo Brasileiros escancaram tristeza e pedem desculpa. Eles só não têm respostas Pai do penta vira a cara do maior vexame da seleção brasileira Leia mais sobre Copa 2014 No entanto, em sua avaliação, para o bem ou para o mal, tratava-se de um “efeito passageiro”. Ele lembra da memória das últimas cinco eleições, que provaria não haver “qualquer conexão” entre o resultado do Brasil na Copa e o das urnas. Para o cientista político Roberto Romano, da Unicamp, a continuidade do sentimento de otimismo poderia ter beneficiado Dilma. — Ela vai perder um pouco. Quando o Lula trouxe a Copa, imaginou que seria um passeio, com uma grande vitória brasileira, o que ajudaria o PT a vencer as eleições de 2014. Como isso não aconteceu, algum prejuízo ela terá e isso será usado por seus adversários na campanha, que tudo indica será bastante violenta — disse Romano. O especialista lembra, no entanto, que problemas reais como a crise econômica e o retorno dos índices de inflação independem do resultado da Copa. E estes, sim, poderiam interferir no debate eleitoral. — O que salva Dilma de efeitos mais negativos será a ação dos marqueteiros. A sorte é que ela tem o João Santana, que é um mágico e poderá fazer refluir, durante a campanha eleitoral, o pessimismo que permanecerá durante certo tempo — diz Romano. O sociólogo Luiz Werneck Vianna acredita que o fracasso no futebol tem potencial para dar novo impulso ao desejo de mudança que atinge patamares elevados na população desde o ano passado. Para ele, entretanto, é “irresponsável e oportunista" qualquer análise sobre o impacto disso nas próximas eleições. — O sentimento de mudança agora em relação à seleção vai se espalhar para outras dimensões e poderá ser um impulso novo para aquele desejo de mudança na população, que apareceu forte nas últimas pesquisas — afirmou Vianna. Para Fernando Azevedo, “o jogo das eleições é diferente" e “se dá em outro campo": — Se a seleção fosse campeã, isso não ajudaria a Dilma, assim como a derrota do Brasil não favorece a oposição. O eleitor ficou mais maduro, não mistura os canais. Eleição está de um lado, o esporte, do outro — acredita Azevedo.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:
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