Publicada em 12 de Janeiro de 2015 �s 11h06
Referência na rede pública de ensino e berço do aprendizado de alunos que vêm se destacando nos últimos anos, e prestes a completar 29 anos dedicados à prática escolar, o Centro de Ensino Médio de Tempo Integral (Cemti) Didácio Silva, localizado na zona Sudeste de Teresina, no bairro Dirceu II, tem motivos de sobra para ser um dos mais cobiçados da cidade.
Por dia, pelo menos um pai, cujo filho cursa uma instituição particular, tenta uma transferência para a escola gratuita.
A tentativa de migração, no entanto, se deve ao respeitado modelo de educação adotado na unidade. O diretor da escola, Alberto Machado, acredita que o aumento no número de matrículas é sinal de resgate ao ensino público e atribui o resultado positivo aos vários projetos desenvolvidos, organização e comprometimento com a comunidade.
"Tudo que fazemos aqui é com prazer. Nós chegamos a ter instantes dentro desta escola que tínhamos que expulsar os alunos, no bom sentido. Aqui parecia que era o melhor lugar. O menino estudava de manhã, mas ele queria ficar à tarde, queria ficar à noite, queria passar a madrugada estudando, porque aqui ele se sentia bem", conta Alberto.
A escola tem recebido visitantes da educação para saber o que acontece na unidade. "Eu digo: não precisa não". Basta que cada um faça o seu papel e faça isso com engajamento. Seja professor, porque você quer ser professor e não porque lhe falta opção na vida. Seja gestor, porque você quer conduzir aquela escola proporcionando o melhor para o aluno e não porque você quer fugir de uma sala de aula. Seja sistema porque você tem ideias para contribuir e quebrar os paradigmas que forem necessários", desabafa.
Leonardo Rodrigues, 17 anos, faz parte do time de estudantes que deixaram a rede particular para se matricular na pública. Ele está pleiteando uma vaga no Cemti e enumera seus motivos para a mudança. "Eu estudava no CPI e, esse ano, decidi procurar a rede pública. Conversei com colegas e escolhi a escola que achava mais bacana. Acho que tudo depende da estrutura física, dos professores e da biblioteca, que deve ter um bom acervo", comenta.
Já para Ana Rebeca, 14 anos, optar pela escola pública foi uma decisão tomada em acordo com toda a família "Eu ouvi a vida toda que a educação pública é uma educação de péssima qualidade. Cresci ouvindo isso. Eu acredito na escola pública. Não é possível que não dê certo em um país tão lindo, tão cheio de diversidade cultural, tão rico. Não tem por que a educação não dar certo", afirma.
Felipe Lima, 13 anos, foi mais um aluno que aprovou a novidade. "Quando você imagina escola pública, vem na tua cabeça um lugar todo caindo aos pedaços. É outra coisa quando você vê a escola. Aqui no Didácio é bem cuidada", finaliza.