O que seria uma maneira de livrar gays de preconceito no sambódromo gerou reação negativa entre ativistas LGBT. Isso porque a atual campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, a Unidos da Tijuca, reformou a quadra e trouxe entre as novidades de 2011 um banheiro exclusivo para gays.
A nota foi divulgada no jornal O DIA de terça-feira, 4, e diz ainda que o deputado federal Fernando Gabeira, do Partido Verde, é quem vai inaugurar o banheiro gay. Foram 10 meses de obras, que custaram cerca de R$1 milhão para a escola.
Ao receber a notícia, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT do Rio de Janeiro, Claudio Nascimento criticou o banheiro gay e disse que esta proposta, se aplicada, é uma “sinalização seríssima de preconceito que pode chegar a violação aos direitos humanos”, uma vez que visa separar pessoas pela sexualidade.
“Uma idéia de apartheid carnavalesco. Em épocas do passado recente, era a segregação racial, agora a teremos a inauguraração da segregação ao homossexual?”, declarou.
De acordo com Claudio, existe uma confusão do que seja LGBT e questionou a entrada de pessoas de gêneros diferentes (como mulheres lésbicas e homens gays) no mesmo espaço (o que não ocorre entre héteros). “Essa proposta exclui, estigmatiza, extrapola o bom senso e estimula a homofobia, cristalizando uma idéia de segregação, além de retornar a períodos eugenistas de tratar a sexualidade com medidas sanitaristas. Lembram na década de 80, do surgimento da categoria ‘grupo de risco’?”
O assessor da escola de samba Bruno Tenório não foi localizado.