Publicada em 25 de Setembro de 2015 �s 16h37
Simulação de reanimação cardiorrespiratória (Foto:Ascom Sesapi)
Na Semana Nacional de Trânsito, 18 a 25 de setembro, as equipes estaduais do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) cumpriram uma intensa agenda de atividades na área de educação no trânsito e prevenção de acidentes. Entre as ações, foram realizados um trabalho de conscientização da população quanto ao seu papel de ator no cenário do trânsito das cidades através de panfletagem e demonstrações de Reanimação Cardiopulmonar (RCP).
“Antigamente, o número de atendimento a chamados de urgências clínicas se sobressaíam em relação a urgências de trauma (acidentes). Em todo o Brasil 85% das ocorrências eram, estatisticamente, de urgências clínicas. Hoje, aqui no Piauí, isso mudou. Os acidentes de trânsito, sobretudo envolvendo moto, representam mais de 50% das ocorrências”, disse Cristiane Rocha, coordenadora do Samu Estadual.
Para as ocorrências, a sociedade conta com profissionais treinados para salvar vidas. Segundo a enfermeira-chefe do Samu Aéreo, Marisa Reis, esse treinamento na parte de certificação e educação é feito pelo Núcleo de Ensino em Urgência (NEU), que fica na sede do Samu estadual. “A capacitação tem uma grade de disciplinas e cronograma que os profissionais têm que cumprir para ter a certificação, tornando-se aptos a fazer parte da equipe de socorristas, desde o motorista ao médico”, explica.
Treinamento dos profissionais Para ser condutor das ambulâncias do Samu, o motorista faz o curso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), que é um treinamento em suporte básico de vida. Nas aulas de socorro em acidentes de trânsito, aprendem a reanimar e imobilizar a vítima, avaliar uma cena de acidente, conhecer os equipamentos existentes na ambulância com o objetivo de assessorar os profissionais de saúde da equipe.
Outro profissional que passa por treinamento diferenciado é o telefonista que atende o chamado 192. Eles recebem treinamento de Telefonista Auxiliar de Regulação Médica (TARM), ministrado pelo Ministério da Saúde. São atendentes diferentes daqueles de um call center normal. “Os nossos aprendem a lidar com as diversas situações de urgência, como acalmar a pessoa que está solicitando o socorro e anotar no checklist da urgência”, enfatiza Cristiane Rocha.
“Todos os nossos profissionais são capacitados para integrarem as equipes do Samu, porque é um trabalho extremamente de equipe. Independente se ele trabalha numa unidade de suporte básico ou avançado, todos têm que saber classificar o tipo de ocorrência, porque nos deparamos com inúmeras situações. Por isso não pode ser só uma pessoa a mais, tem que participar. A gente que trabalha no atendimento do pré-hospitalar, trabalha contra o tempo, quanto antes você interferir mais vidas irá salvar”, disse a coordenadora.
Parceria com a população Durante a ação demonstrativa de RCP (Reanimação Cardiopulmonar), muitos dos presentes ficam curiosos e pedem para participar, como foi o caso da estudante de Técnico em Enfermagem, Teresa Cristina. “É muito importante todos nós sabermos como nos comportar numa situação de urgência e emergência. Com essa demonstração dá pra gente aprender como interferir na cena do acidente, tanto com os curiosos, pedindo para afastarem e não mexer no acidentado, quanto com a vítima para já ir ajudando no trabalho do Samu e salvar as pessoas”, disse.
Mesmo com toda a gravidade que o trabalho dos socorristas requer, tem um dado que chama a atenção: o número de trotes registrados no Samu, cerca de 140 de janeiro a agosto de 2015. O Serviço dispõe de quatro linhas na regulação para atendimento onde são registradas todas as ocorrências nas bases descentralizadas pelo Piauí. Segundo Cristianna Evangelista, coordenadora de Enfermagem, a maioria dos trotes parte de crianças, no horário de entrada e saída das aulas e “por incrível que pareça, de vigilantes noturnos que têm acesso a telefones. Precisamos orientar os pais, muitas das ações do Samu são em parceria com as escolas no interior e uma das questões abordadas é para não ligar para o 192 sem necessidade”, informa.
Como todas as ligações para o Serviço são gravadas, depois do registro do trote, são registrados os Boletins de Ocorrência (B. O.s) e encaminhadas, pelos municípios, às delegacias para investigação. “Buscamos a punição quando conseguimos identificar. Quando as ligações são um número assustador, como tivemos uma vez que a mesma pessoa ligou 900 vezes num mesmo dia, entramos em contato com a Secretaria de Segurança para investigação e tomada de providências”, conta Cristianna.
Esse ano a Semana Nacional Trânsito teve como lema Seja você a mudança no trânsito, “e é isso que a gente quer da população. Que ela faça a diferença no trânsito porque todos somos atores, o trânsito faz parte do nosso dia a dia, temos que educar, levar em consideração que se não mudarmos nossas atitudes no trânsito não teremos um trânsito de paz”, finaliza a coordenadora.
Dados SAMU Terrestre
Total de Janeiro a Agosto de 2015 32.784 atendimentos
Principais ocorrências: Traumas por acidente de trânsito - 5.523 atendimentos Urgências clínicas adulto - 5.322 atendimentos Mal súbito - 5.321 atendimentos
Dados SAMU Aéreo Total de Janeiro a Agosto de 2015 95 atendimentos
Principais ocorrências: Traumatismo Crânio Encefálico - 53 atendimentos Infarto Agudo do Miocárdio - 38 atendimentos Acidente Vascular Cerebral - 18 atendimentos
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