A Polícia Civil está investigando uma dupla acusada de usar carros alugados para cometer golpes e fazer vendas fraudulentas. A dupla foi denunciada em várias delegacias espalhadas por Teresina, e os golpes foram tantos que um empresário chegou a comprar o próprio carro por engano (leia abaixo). Um dos suspeitos pelos golpes foi preso nesta terça-feira (19).
A polícia explicou que os suspeitos alugavam os carros e depois os vendiam como se fossem deles. Recebiam o dinheiro dos interessados, mas não entregavam o veículo, e desapareciam. Em outras situações, eles de fato venderam os carros alugados, mas por valores abaixo do mercado e sem documentos.
Segundo o delegado Leonardo Alexandre, do 4º Distrito Policial, seis vítimas denunciaram os crimes. Duas delas são locadoras de veículos, que também tiveram veículos roubados. Três investigações sobre essas denúncias foram realizadas e enviadas à Justiça.
Os golpes eram cometidos por duas pessoas: um homem apontado como líder, que alugava e negociava os veículos, e o homem que foi preso nesta terça-feira (19), que emprestava documentos e conta bancária.
Depois de fazer dezenas de negociações fraudulentas, o líder do esquema passou a ser denunciado e teria fugido de Teresina. O seu comparsa ficou, e foi preso nesta terça (19).
"Chama atenção esse aparente amadorismo, essa certeza da impunidade que fazia eles cometerem os crimes usando os próprios nomes", comentou o delegado.
Vítima comprou o próprio carro
Houve ainda um caso em que o dono de uma locadora comprou um carro que já era seu. Ele comprou de negociante de veículos, vítima dos golpistas, que repassou para o empresário, sem saber, um veículo que já era dele, e que havia sido roubado pelos golpistas. O empresário só percebeu o que tinha acontecido ao tentar regularizar os documentos.
O golpe começou quando um negociante de veículos pôs um carro à venda. Os golpistas encontraram o anúncio e negociaram. Mas, como pagamento, entregaram um carro que haviam alugado, de uma locadora.
Em seguida, de posse do carro novo, o negociante também o pôs à venda. Depois, o dono da locadora de veículos viu o anúncio, e por sua vez, se interessou pelo veículo, sem reconhecer que era um dos carros da sua frota.
"O empresário alugou esse carro [para os golpistas], e depois ficou sabendo que o negociante estava vendendo esse carro do mesmo modelo dos outros da sua frota, com um preço bom, e resolveu comprar", contou o delegado.
A negociação andou e o dono da locadora comprou o carro. Só quando foi incorporá-lo à sua locadora ele descobriu que o carro já estava registrado, como seu.
"Eles dois, o negociante e o empresário [vítimas], conseguiram se entender entre eles, e denunciaram o caso", explicou o delegado.