As obras da ferrovia Transnordestina que envolve o trecho de Simplício Mendes, Sul do Piauí, estão com apenas 10% do efetivo total trabalhando. De acordo com o diretor do Sindicato da Construção Pesada do estado, Edivan Feitosa, 350 trabalhadores foram demitidos no dia 26 de abril e mais 50 serão desligados nos próximos dias. Ele conta que a empresa responsável pela obra justificou que a Transnordestina ordenou as demissões por falta de verba para continuar com a construção.
“Eles disseram que não tinham recursos para continuar a obra, mas não podem parar, então a solução foi demitir 90% do efetivo, ficando apenas 10%. No momento, 300 trabalhadores estão na obra e vão ficar apenas 250. Para todo o Piauí, era necessário cerca de quatro mil trabalhadores. Esse trecho de Simplício Mendes é o único que ainda está funcionando. Se a obra já está atrasada, agora é que vai ficar mesmo”, explicou.
Em nota a empresa Via Magna Infraestrutura, que realizou as demissões, disse que não está autorizada a falar sobre o assunto. Confrontada pelas afirmações do sindicato, a Transnordestina Logística, responsável pelas obras da ferrovia, afirmou que não vai comentar o caso.
Obras paradas desde outubro de 2015
As obras da ferrovia Transnordestina que envolvem o trecho entre Eliseu Martins e Paes Landim, no Sul do Piauí, desde outubro de 2015, quando houve rescisão de contrato com a construtora após atraso no pagamento de operários.
Procurada pelo G1, a Transnordestina Logística S/A (TLSA) informou que está em fase de substituição de construtora para poder retomar os trabalhos no trecho citado pela reportagem, que tem 166 km de extensão. A empresa também informou que o lote 7, de 65 km, na cidade de Simões, foi concluído e os lotes 4, 5 e 6 entre Paes Landim e Simões (193 km) estão em andamento.
A previsão era entregar a ferrovia concluída em setembro de 2016, com seis anos de atraso em relação ao prazo inicial e cinco anos além do previsto no cronograma do balanço quadrimestral do PAC 2, divulgado ainda em outubro de 2013.
Conforme o projeto, a Transnordestina, que tem 423 km em solo piauiense, terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas anuais, com destaque para granéis sólidos (minério e grãos).