O senador Ciro Nogueira (PP-PI) disse nesta manhã por telefone ao seu advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, para ficar "100% tranquilo" em relação à operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (24).
A PF fez buscas no gabinete e no apartamento funcional do senador. A investigação apura se o senador obstruiu a Justiça ao tentar comprar o silêncio de um ex-assessor. O senador se disse "perplexo" e negou qualquer "tentativa de obstrução de justiça".
Ciro conversou por telefone com Kakay porque ele está em um tour pela Europa. No final de semana, o senador estava em Portugal, segundo a defesa. Nesta terça-feira, desembarcou na Bélgica. A assessoria do senador diz se tratar de uma missão oficial na Bélgica.
Da Europa, o senador enviou uma procuração ao seu advogado para que Kakay peça cópia da decisão do ministro Edson Fachin, que autorizou a operação policiais desta manhã.
Os policiais que estavam na casa de Ciro queriam acesso a dois cofres que o senador possui em sua casa. Para não ter de arrombar, o senador, da Bélgica, passou as senhas para a advogada que estava acompanhando a busca dos policiais.
Um cofre é do senador. O outro, de sua esposa, a deputada Iracema Portella, segundo a defesa.
Também nesta manhã, segundo o blog apurou, o presidente Michel Temer chamou no Palácio do Jaburu o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para discutir a operação.
A PF é subordinado ao ministério de Jungmann.
Ciro Nogueira, que é presidente do PP, é um dos principais aliados de Temer no Congresso. No último dia 2, o senador esteve no Palácio do Planalto para acertar com Temer as novas indicações para a Esplanada dos Ministérios.
No redesenho, Temer queria manter o afilhado político de Ciro, Gilberto Occhi, na presidência da Caixa. Mas Ciro exigiu que ele fosse deslocado para o Ministério da Saúde, e Temer aceitou.