A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que a presidente Dilma Rousseff pediu que sua equipe "agilize resultados". Ela estava entre os 15 ministros que participaram de uma reunião com a presidente neste sábado (2) e que durou sete horas no Palácio da Alvorada. Durante o encontro, foi feito um balanço da área social do governo, de acordo com a ministra.
Gleisi Hoffmann disse que a presidente “assumiu vários compromissos” e que deve prestar contas à população. “São várias entregas que a presidenta cobrou dos ministros para que agilizassem alguns resultados e que nós pudéssemos prestar contas à população”, disse.
Em junho, como forma de resposta às manifestações populares, Dilma lançou cinco pactos por saúde, educação, mobilidade urbana, responsabilidade fiscal e reforma política.
“A presidente aproveitou para fazer um balanço detalhado da área social e de infraestrutura do governo, cobrar resultados, fazer um levantamento dos programas e quais são as entregas que nós temos a fazer para a população”, afirmou a ministra após deixar a reunião.
Entre as entregas previstas, relatou Gleisi, estão Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), rodovias, unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida e equipamentos para a área rural, como retroescavadeiras.
O governo ainda pretende anunciar resultados em alguns dos seus principais programas sociais: o Mais Médicos, que abre vagas para médicos brasileiros e estrangeiros em áreas carentes do país, e o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Segundo o G1 apurou, Dilma pediu durante a semana ao Ministério do Planejamento, pasta gestora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um balanço das obras que poderão ser inauguradas até dezembro de 2014. A intenção da presidente é montar uma agenda de inaugurações e de anúncios de empreendimentos até o fim do seu mandato.
Questionada se o balanço feito neste sábado visa a reeleição de Dilma, a chefe da Casa Civil negou. “Isso tem a ver com resultado de governo. Um governo é eleito, organiza seus programas, faz compromisso com a população e tem que prestar contas. Estamos num momento de prestação de contas e de entregas”, afirmou.
Essa foi a primeira de uma série de reuniões que Dilma pretende realizar semanalmente sobre áreas específicas do governo, segundo informou o porta-voz da Presidência, Thomas Traumman. Os próximos temas serão infraestrutura, grandes eventos esportivos e agricultura.
'Preocupada'
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que Dilma quis saber sobre programas específicos da área social, como o Mais Médicos. “Ela quer que as coisas aconteçam, está preocupada”, relatou.
Reuniões com ministros
Quinze ministros chegaram por volta das 10h à residência oficial da presidente, o Palácio da Alvorada. Participaram Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), César Borges (Transportes), Antônio Henrique Pinheiro (Secretaria de Portos), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Francisco Teixeira (Integração Nacional), Miriam Belchior (Planejamento), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Aloizio Mercadante (Educação), Edison Lobão (Minas e Energia), Paulo Bernardo (Comunicações), Alexandre Padilha (Saúde), Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Eleonora Menicucci (Secretaria das Mulheres). Participou também o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda.
Não é a primeira vez que Dilma reúne seus ministros em um sábado. Em julho, após a onda de manifestações que tomaram conta das ruas do país, a chefe do Executivo convocou seus auxiliares da Esplanada para tratar sobre os cinco pactos que viriam a ser anunciados dias depois em cadeia de rádio e televisão como resposta aos protestos.
No início de 2012, como preparação para uma reunião ministerial com todos os seus auxiliares, Dilma fez encontros setoriais e convocou alguns deles também no final de semana.
Em 21 de janeiro, um sábado, a presidente promoveu uma reunião no Palácio da Alvorada para tratar sobre assuntos econômicos e crédito e financiamento. No dia seguinte, ela debateu com seu ministério a organização de "grandes eventos", como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que serão sediadas no Brasil.