A presidente Dilma Rousseff buscou minimizar nesta segunda-feira (15) a alta recente nos preços dos alimentos e disse que o governo mantém a inflação sob controle. Em seminário do PT em Belo Horizonte, a presidente também rebateu críticas da oposição sobre o assunto, representadas sobretudo pelo preço do tomate, com elevação de 122,13% em 12 meses, segundo o Indíce Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE na quarta-feira (10).
"Eu vou repetir essa frase, a inflação está sob controle", disse em discurso.
A presidente ainda disse que a inflação já vem diminuindo e, segundo ela, tende a cair nos próximos meses. "A inflação de março foi menor que a de fevereiro, e a de fevereiro tinha sido menor que a de janeiro. A inflação, quando olho para a frente, ela está em queda, apesar do índice anualizado do ano ainda estar acima do que nos queremos alcançar, do que nos queremos de ideal", afirmou.
"Os alimentos também começaram a registrar, mesmo com todas as tentativas de transformar os alimentos no tomate, os alimentos começaram uma tendência a reduzir de preço", completou.
Na quarta-feira passada (10), o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, usada como base para as metas do governo, apresentou variação de 0,47% março – taxa inferior à registrada no mês anterior, de 0,60%.
No acumulado dos últimos 12 meses, porém, a taxa de inflação é de 6,59%, acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 6,5%. A última vez que o índice superou o teto da meta foi em dezembro de 2011, quando atingiu 6,64%.
Os alimentos, porém, registraram alta. Segundo outro indicador, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de março, medido pela Fipe, nos primeiros três meses de 2013, só o tomate subiu 71%; a batata, 46%; a cebola, 69%; e a cenoura, 72%. Nos últimos 12 meses, as hortaliças acumulam alta de 80%, a maior para o período desde 1999.
A presidente também comentou a inflação nos serviços, que tiveram as maiores altas depois dos alimentos. "É sempre bom lembrar que o índice anualizado, ele reflete não a inflação presente ou a futura, ele reflete a inflação que já passou. Nós sabemos que há um aumento nos preços dos serviços devido ao fato que as pessoas melhoraram de vida e compram mais. Mas é um processo que deve acomodar e os preços dos serviços tendem a cair", justificou.
Oposição
Em tom mais político, a presidente disse que faz parte de um governo "no qual nunca negociamos com a inflação, não fazemos concessões e sempre combatemos e combateremos a inflação, principalmente, pelo mal que ela causa para o trabalhador e para os empresários".
Referindo-se aos opositores como "pessimistas", que torcem "para o Brasil dar errado", Dilma lembrou dos alertas no início do ano que apontavam para risco de racionamento de energia, em função do baixo nível nos reservatórios de água nas hidrelétricas.
"Por que eles diziam que ia haver racionamento de energia? Porque esses pessimistas especializados fizeram racionamento de energia neste país em 2001 e 2002. E queriam que nós passássemos por isso. Aliás, eles vêm querendo, se eu não me engano, desde 2005”, afirmou.
“Porque o Brasil não deu certo quando eles eram dirigentes não pode dar certo quando nós somos dirigentes. O pior para eles, é que deu certo. Está dando certo e dará certo. [...] Eu quero afirmar para vocês que, ao contrário deles, eu sou um otimista com o Brasil”, completou.
Durante o discurso, a presidente Dilma ainda fez um balanço positivo dos 10 anos do PT à frente do governo e ressaltou a importância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "líder da década".
Antes de Dilma, Lula também comentou sobre a inflação, porém, em tom mais irônico. "Já tivemos a novidade do pepino, já tivemos inflação do chuchu e já tivemos de farinha de mandioca. Já tiive tudo", ironizou Lula. "Agora, o que eles não sabem é que uma mulher [Dilma ] calejada na luta como essa mulher, não vai permitir que um tomatezinho vai quebrar a força de uma economia de um país", falou.
Ela também destacou as ações do governo federal em Minas Gerais, que nestes 10 anos foi governado, em parte, pela oposição. "Minas recebe um tratamento republicano no meu governo como recebeu do presidente Lula, porque dar tratatmento republicano é uma conquista desses 10 anos", disse.