O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, reconheceu neste domingo que manteve uma “relação inapropriada” e cometeu uma “falha moral” no hotel Sofitel de Nova York, no qual uma camareira o acusou de agressão sexual em maio.
O francês assegurou, no entanto, que “não houve nenhum ato criminoso”. “O que aconteceu foi uma relação inapropriada”, afirmou Strauss-Kahn no jornal televisivo do canal privado francês TF1, o de maior audiência no país. Esta foi a primeira entrevista do ex-diretor sobre as acusações da guineana Nafissatou Diallo, 32, que o envolveu em um escândalo que custou sua candidatura à Presidência na França -- ele é filiado ao Partido Socialista, de oposição ao presidente Nicolas Sarkozy.
“Foi mais grave que uma debilidade, foi uma falha moral”, detalhou, ao ser questionado sobre o que ocorreu no quarto 2806 do luxuoso hotel nova-iorquino.
Sobre o fato de a Promotoria de Nova York ter retirado as acusações do processo penal que pesavam sobre ele, Strauss-Kahn afirmou que “não havia necessidade de seguir adiante, já que todas as acusações se desvaneceram”. A decisão da Promotoria foi tomada após Diallo apresentar versões contraditórias sobre o ocorrido.
O ex-diretor também precisou que “não tem intenção” de negociar os processos civis abertos pelos advogados da guineana. “Sempre clamei por minha inocência e estou contente que as acusações tenham sido retiradas”, frisou.
Questionado sobre o que sentiu ao ser preso em Nova York, em 14 de maio, Strauss-Kahn, de 62 anos e considerado até então um dos homens mais poderosos do mundo, disse que teve “medo, muito medo, porque quando se entra nessa máquina a impressão é de que vão te destroçar”.
O francês foi libertado após pagar fiança de US$ 1 milhão e está atualmente em Paris, onde enfrenta uma denúncia semelhante, empreendida por Tristane Banon, uma jornalista e escritora de 32 anos que o acusa de tentativa de estupro em 2003.
Sobre esse caso, ele nega as afirmações e diz que a versão dos fatos de Tristane é “imaginária”.