Os professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) decidiram suspender a greve, que já durava 28 dias, em assembleia geral da categoria, nesta segunda-feira (15). Em votação, o fim do movimento foi escolhido por 74 professores, enquanto oito votaram por manter a greve. Houve duas abstenções.
A decisão aconteceu após acordo com o governo do estado na sexta-feira (12), onde a categoria e secretários estaduais assinaram ata contendo 10 pontos de reivindicação.
A coordenadora da Associação dos Docentes da Uespi (Adcesp), Rosângela Assunção, disse que os professores entenderam que o momento é de encerrar a greve para a categoria não sofrer as punições caso o movimento seja considerado ilegal pela Justiça.
"O governo chegou em um ponto em que não está mais abrindo negociação, o acordo foi o de sexta-feira [12] e já tem um pedido de ilegalidade da greve. Isso é problemático para o Sindicato por conta das multas, perseguição a professores, corte de salários, e que inviabiliza a categoria a continuar mobilizada. Saindo da greve, ganhamos fôlego para negociar o que ficou pendente. Não vamos perder a mobilização, mas nesse momento entendemos que temos que dar um novo fôlego", explicou.
O coordenador de comunicação informou que apesar do fim da greve, a entidade ainda teme que o acordo não seja totalmente cumprido.
"Entendemos que houve avanço com o governo, foi positivo, mas nossas pautas em plenitude ainda não foram definitivamente atendidas. O governo posterga decisões para quando sair do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e infelizmente sabemos que muitas vezes os acordos não são cumpridos", declarou.
10 pontos de melhorias na Uespi
Na reunião, que teve participação de professores, alunos, servidores, secretários estaduais e mediação do desembargador Ricardo Gentil, do Tribunal de Justiça do Piauí, foram acordados 10 pontos de melhorias na instituição que deverão ser cumpridos conforme calendário definido no encontro.
Os pontos são:
implementar progressões de regime de trabalho de forma retroativa até dezembro de 2018;
implementar progressões de regime de trabalho para 2019 de acordo com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal);
contratar professores temporários;
regularizar pagamento de bolsas estudantis;
criar comissão para discutir a possibilidade de autonomia financeira e administrativa da Uespi;
buscar a liberação de recursos para questões emergenciais;
respeitando o limite prudencial, prorrogar a validade do último concurso para professor;
analisar a possibilidade de um novo concurso público;
negociação marcada para 7 de junho para tratar sobre reposição dos vencimentos dos docentes;
novo calendário acadêmico sem consequências salarial aos servidores.